O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou neste sábado (12) que sente orgulho de ter participado do “desmanche da Operação Lava Jato” e reiterou sua avaliação de que a investigação conduzida em Curitiba constituiu uma “organização criminosa”. A declaração foi feita durante a Brazil Conference, evento organizado por estudantes brasileiros das universidades americanas de Harvard e MIT.
A palavra “desmanche” foi
utilizada pela entrevistadora, uma das organizadoras do evento, e
posteriormente referenciada pelo ministro. Gilmar Mendes foi questionado sobre
o processo de suspeição do ex-juiz Sergio Moro e se, ao final, houve um
desmantelamento da Lava Jato. Em sua resposta, o ministro declarou que passou a
desconfiar de abusos por parte dos investigadores, desconfianças que, segundo
ele, foram posteriormente comprovadas pela chamada Vaza Jato, que culminou na
Operação Spoofing. “‘Eu percebi que havia exageros, que nós estávamos mantendo
as prisões preventivas e só estávamos fazendo as libertações depois que faziam
delações’”, disse o ministro.
As investigações mencionadas pelo
ministro revelaram mensagens privadas de autoridades da Lava Jato,
interceptadas por um hacker e obtidas em 2019 pelo site The Intercept Brasil.
Essas mensagens expuseram ações controversas e indícios de colaboração ilegal
entre o julgador e os investigadores. “‘Vi que aquele momento era decisivo e
passei a dizer que aquilo ia dar errado’”, afirmou Gilmar Mendes.
‘Fico orgulhoso desse processo
que você chamou de desmanche da Lava Jato. Porque era uma organização
criminosa. O que eles faziam em Curitiba era criminoso’, disse Gilmar
Mendes.
Para Gilmar Mendes, as conversas
divulgadas pela imprensa, especialmente aquelas envolvendo procuradores e
juízes da operação, assemelhavam-se a diálogos de organizações criminosas. “‘O
que a gente escuta, falando como eles iriam destruir a vida empresarial do
empresário A, B ou C, a gente pensa que é uma conversa do PCC’”, comparou o
ministro.
Gilmar Mendes reafirmou que houve
excessos por parte dos investigadores na condução da Lava Jato e que suas
suspeitas sobre possíveis abusos na operação eram antigas. “‘Tudo aquilo que se
revelou na chamada ‘Vaza Jato‘, e depois na Operação Spoofing, parece que eu já
sabia’”, concluiu o ministro.
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