Gilmar Mendes diz ter orgulho de ter participado do “desmanche da Lava Jato” e chama operação de “organização criminosa” | Rio das Ostras Jornal

Gilmar Mendes diz ter orgulho de ter participado do “desmanche da Lava Jato” e chama operação de “organização criminosa”

Foto: Gustavo Moreno/STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou neste sábado (12) que sente orgulho de ter participado do “desmanche da Operação Lava Jato” e reiterou sua avaliação de que a investigação conduzida em Curitiba constituiu uma “organização criminosa”. A declaração foi feita durante a Brazil Conference, evento organizado por estudantes brasileiros das universidades americanas de Harvard e MIT.

A palavra “desmanche” foi utilizada pela entrevistadora, uma das organizadoras do evento, e posteriormente referenciada pelo ministro. Gilmar Mendes foi questionado sobre o processo de suspeição do ex-juiz Sergio Moro e se, ao final, houve um desmantelamento da Lava Jato. Em sua resposta, o ministro declarou que passou a desconfiar de abusos por parte dos investigadores, desconfianças que, segundo ele, foram posteriormente comprovadas pela chamada Vaza Jato, que culminou na Operação Spoofing. “‘Eu percebi que havia exageros, que nós estávamos mantendo as prisões preventivas e só estávamos fazendo as libertações depois que faziam delações’”, disse o ministro.

As investigações mencionadas pelo ministro revelaram mensagens privadas de autoridades da Lava Jato, interceptadas por um hacker e obtidas em 2019 pelo site The Intercept Brasil. Essas mensagens expuseram ações controversas e indícios de colaboração ilegal entre o julgador e os investigadores. “‘Vi que aquele momento era decisivo e passei a dizer que aquilo ia dar errado’”, afirmou Gilmar Mendes.

‘Fico orgulhoso desse processo que você chamou de desmanche da Lava Jato. Porque era uma organização criminosa. O que eles faziam em Curitiba era criminoso’, disse  Gilmar Mendes.

Para Gilmar Mendes, as conversas divulgadas pela imprensa, especialmente aquelas envolvendo procuradores e juízes da operação, assemelhavam-se a diálogos de organizações criminosas. “‘O que a gente escuta, falando como eles iriam destruir a vida empresarial do empresário A, B ou C, a gente pensa que é uma conversa do PCC’”, comparou o ministro.

Gilmar Mendes reafirmou que houve excessos por parte dos investigadores na condução da Lava Jato e que suas suspeitas sobre possíveis abusos na operação eram antigas. “‘Tudo aquilo que se revelou na chamada ‘Vaza Jato‘, e depois na Operação Spoofing, parece que eu já sabia’”, concluiu o ministro.

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