Estados Unidos e Ucrânia devem formalizar na próxima semana um aguardado acordo de cooperação sobre direitos minerais, segundo autoridades dos dois países. O anúncio foi feito pelo presidente Donald Trump nesta quinta-feira (17), no Salão Oval, onde afirmou que o documento será assinado no dia 24 de abril, em local ainda a ser definido.
O tratado marca um avanço
importante na parceria econômica entre os dois países e inclui a criação de um
fundo de investimentos voltado à reconstrução da Ucrânia, devastada pela guerra
contra a Rússia.
Em uma série de postagens pouco
repercutidas na rede X, feitas na manhã de quarta-feira (16), a ministra da
Economia da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, afirmou que “um novo passo positivo foi
dado no progresso contínuo com os Estados Unidos no Acordo de Parceria
Econômica”.
Segundo ela, as equipes técnicas
de ambos os países trabalharam minuciosamente no texto do tratado, e o
departamento jurídico ajustou diversos pontos no rascunho original. “Agradeço
aos negociadores dos dois lados. Agora concordamos com os americanos em
registrar esse progresso por meio de um memorando de intenções. Estamos nos
preparando para concluir a formalização do acordo em breve”, declarou.
A Ucrânia possui grandes reservas
de mais de 20 minerais considerados críticos pelos EUA, como titânio, lítio e
urânio — todos essenciais para os setores de defesa, energia e nuclear
norte-americanos.
Um acordo semelhante chegou a ser
negociado em 28 de fevereiro, durante a visita do presidente ucraniano
Volodymyr Zelensky à Casa Branca, mas foi suspenso após uma discussão acalorada
entre Trump, Zelensky e o vice-presidente JD Vance, presenciada por dezenas de
jornalistas.
Naquela ocasião, os termos
previam que a Ucrânia destinaria 50% das receitas futuras obtidas com recursos
estratégicos — como minerais, hidrocarbonetos, petróleo e gás natural — a um
fundo conjunto.
Embora os detalhes do novo
tratado ainda não tenham sido divulgados, o secretário do Tesouro dos EUA,
Scott Bessent, afirmou que o acordo atual “mantém substancialmente os termos
anteriormente acordados”.
Zelensky, que tem se mostrado
disposto a formalizar a parceria, reitera que o tratado não deve ser
interpretado como uma forma de retribuição pela ajuda militar anteriormente
recebida. O objetivo, segundo fontes próximas à negociação, também seria
fortalecer o apoio dos Estados Unidos à Ucrânia diante da contínua ofensiva
russa.
A segurança mineral tem sido uma
das prioridades da administração Trump nos últimos meses, com iniciativas
semelhantes sendo exploradas na Groenlândia e na República Democrática do
Congo, em meio à crescente influência da China sobre o mercado global de terras
raras.
Além de estreitar os laços entre
Kiev e Washington, o novo acordo pode representar um passo estratégico para a
recuperação econômica da Ucrânia no pós-guerra.
Gazeta Brasil
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