Em sessão da 1ª Turma do STF que julga a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras sete pessoas por envolvimento em um suposto plano de golpe de Estado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes negou a alegação de que o tribunal estaria condenando “velhinhas com a Bíblia na mão”. Ele classificou essa afirmação como “totalmente inverídica”.
“Eu aproveito aqui, presidente, para desfazer
uma narrativa totalmente inverídica. Até um dos nobres advogados disse uma
questão de terraplanismo, de que aqui seria muito semelhante. Se cria uma
narrativa assim como a terra seria plana, o Supremo Tribunal Federal estaria
condenando, abre aspas, ‘velhinhas com a Bíblia na mão’, fecha aspas, que
estariam passeando num domingo ensolarado pelo Supremo Tribunal Federal, pelo
Congresso Nacional e pelo Palácio do Planalto. Nada mais mentiroso do que isso,
seja porque ninguém lá estava passeando, e as imagens demonstram isso, seja
pelas condenações que eu peço para colocar para facilitar”, declarou Moraes.
O ministro apresentou um balanço
das 497 ações penais julgadas com condenação relacionadas ao caso. Segundo ele,
240 pessoas receberam penas de 1 ano, 102 foram condenadas a 14 anos, 58 a 16
anos e 6 meses, e 44 enfrentam penas iguais ou superiores a 17 anos de prisão.
Moraes detalhou ainda o perfil dos
condenados, alegando que 68% (337) são homens e 32% (160) são mulheres. Em
relação à faixa etária, 91% (454) dos réus têm até 59 anos, 7% (36) estão entre
60 e 69 anos, e apenas 2% (7) têm entre 70 e 75 anos. “Das 497 condenações, só
43 têm mais de 60 anos e, na verdade, se pegarmos mais de 70, que foram imagens
utilizadas, foram sete condenações”, afirmou.
“Então essa narrativa que
se criou e se repete através de notícias fraudulentas, pelas redes sociais,
fake news, de que são mulheres, só mulheres, e mulheres idosas, é totalmente
mentirosa”, finalizou o ministro.
A sessão também analisou
preliminares da defesa, que pediu o impedimento de Moraes e dos ministros
Cristiano Zanin e Flávio Dino no julgamento. O foco, no entanto, permaneceu na
desconstrução da narrativa apresentada pelo magistrado.
Gazeta Brasil
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