A Rússia afirmou ter sido alvo de um ataque em grande escala com centenas de drones nesta terça-feira (10), principalmente na região de Moscou. A ofensiva ocorreu poucas horas antes de uma reunião entre Estados Unidos e Ucrânia em Jedá, na Arábia Saudita, onde Kiev deve apresentar um plano de trégua parcial no conflito.
O Ministério da Defesa russo
informou que suas forças derrubaram 337 drones, caracterizando o maior ataque
registrado contra seu território desde o início da invasão da Ucrânia, há mais
de três anos. Segundo as autoridades, 91 drones foram interceptados na região
de Moscou, onde normalmente não há confrontos diretos da guerra. O governador
local confirmou a morte de duas pessoas devido ao bombardeio.
A reunião em Jedá marca o
primeiro encontro de alto nível entre EUA e Ucrânia desde o confronto verbal
entre os presidentes Donald Trump e Volodimir Zelensky na Casa Branca. Desde
então, o governo ucraniano tem buscado recuperar o apoio de seu principal aliado,
que pressiona Kiev por concessões para encerrar a guerra.
Um alto funcionário ucraniano
adiantou que a delegação de seu país apresentará uma proposta de trégua aérea e
marítima, que teria sido bem recebida pelo secretário de Estado dos EUA, Marco
Rubio, já presente no evento.
Ataque com drones e tensões
diplomáticas
Horas antes do encontro, o
prefeito de Moscou, Serguei Sobianin, denunciou o “ataque massivo” de drones
ucranianos contra a capital russa. Imagens divulgadas por veículos russos
mostraram prédios residenciais danificados pela queda de destroços, com janelas
quebradas e buracos nos telhados.
O emissário dos EUA para o
Oriente Médio, Steve Witkoff, afirmou que a reunião em Jedá busca definir um
quadro para um acordo de paz e um cessar-fogo inicial. Desde que assumiu a Casa
Branca, Trump mudou a abordagem dos EUA em relação à Ucrânia, aproximando-se da
Rússia e acusando Zelensky de não querer negociar a paz.
Após o desentendimento entre os
dois líderes em Washington, os Estados Unidos suspenderam o envio de ajuda
militar a Kiev e interromperam o compartilhamento de informações de
inteligência. No entanto, nos últimos dias, Trump sugeriu que Zelensky agora estaria
disposto a negociar e ameaçou Moscou com novas sanções.
O secretário de Estado Marco
Rubio declarou apoio à proposta ucraniana de uma trégua nos combates aéreos e
navais, afirmando que esse tipo de concessão é necessário para encerrar o
conflito. “Não conseguiremos um cessar-fogo e o fim da guerra se ambos os lados
não cederem”, ressaltou.
Arábia Saudita como mediadora
O presidente ucraniano, Volodimir
Zelensky, se reuniu na segunda-feira (9) com líderes sauditas, mas delegou a
negociação com os Estados Unidos a três de seus principais assessores. Por ora,
não há encontro programado entre Zelensky e Rubio.
A Arábia Saudita busca consolidar
seu papel como mediadora internacional. O país já sediou, em fevereiro, uma
reunião entre a nova administração Trump e autoridades russas. O príncipe
herdeiro saudita, Mohamed bin Salman, discutiu com Zelensky uma possível
mediação para a libertação de prisioneiros militares e civis ucranianos e o
retorno de crianças deportadas para a Rússia.
As negociações em Jedá ocorrem em
um momento difícil para a Ucrânia no campo de batalha. Tropas russas avançaram
na região de Kursk, ocupada parcialmente pelos ucranianos, e registraram
progressos na província de Sumy, no nordeste da Ucrânia, pela primeira vez
desde 2022.
Gazeta Brasil
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