Brasileiro Flávio Alexandre Alves (de camiseta verde) foi preso nos Estados Unidos, acusado de envolvimento em esquema de contrabando de migrantes. (Foto: Justiça dos EUA)
Um brasileiro identificado como Flavio Alexandre Alves, conhecido como Ronaldo, foi preso em Worcester, Massachusetts, sob acusação de envolvimento em um esquema de contrabando de imigrantes para os Estados Unidos. A prisão foi confirmada pelo Departamento de Justiça dos EUA nesta segunda-feira (24). Alves, de 41 anos, é acusado de conspirar para facilitar a entrada ilegal de centenas de pessoas no país, transportando-as internamente com fins lucrativos.
Segundo documentos da
investigação, Alves comprava passagens aéreas para os imigrantes e enviava
dinheiro ao México para cobrir os custos da travessia. Ele também cobrava taxas
dos transportados. O brasileiro já havia sido condenado por tráfico humano na
Califórnia em 2004 e deportado para o Brasil no ano seguinte. No entanto, ele
retornou ilegalmente aos EUA e morava no país de maneira irregular. Alves
compareceu a um tribunal federal em Worcester na quarta-feira (26) e
permanecerá detido até a audiência de custódia, marcada para sexta-feira (28).
As investigações apontam que
Alves comprou mais de 100 passagens aéreas entre maio de 2021 e agosto de 2022
para transportar imigrantes de Tucson e Phoenix para cidades como Boston,
Pittsburgh, Harrisburg e Filadélfia. Algumas das passagens foram adquiridas
para imigrantes recém-libertados pela Patrulha de Fronteira dos EUA. Ele também
teria movimentado centenas de milhares de dólares em transferências para
custear a imigração ilegal.
A prisão de Alves ocorreu no
âmbito da Operação Hancórnia, uma ação conjunta entre autoridades dos EUA e do
Brasil. No Brasil, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão e
prendeu um suposto comparsa do acusado. A investigação mira uma organização
criminosa especializada no contrabando de migrantes brasileiros, especialmente
do Maranhão para os EUA. O grupo aliciava moradores de várias cidades
maranhenses e organizava a travessia ilegal por meio de rotas na América
Central. Muitas vítimas contraíam dívidas com juros abusivos para financiar a
viagem.
A Polícia Federal identificou
centenas de vítimas, incluindo crianças e adolescentes, e revelou que empresas
de fachada eram usadas para lavar o dinheiro obtido no esquema. Mais de 50
agentes federais cumpriram 16 mandados de busca e apreensão e um mandado de
prisão preventiva nos estados do Maranhão, Minas Gerais, Rondônia, Distrito
Federal e Espírito Santo. A Justiça Federal também determinou o bloqueio de
cerca de R$ 14 milhões em bens e ativos dos investigados.
Nos Estados Unidos, quatro
pessoas ligadas à organização foram detidas por violações administrativas de
imigração. O caso está sob responsabilidade da Joint Task Force Alpha, uma
força-tarefa do Departamento de Justiça dos EUA focada no combate a redes de
tráfico humano na América Latina. Desde a sua criação, a iniciativa já resultou
na prisão de mais de 355 pessoas envolvidas em crimes semelhantes.
A Polícia Federal destacou que o
cumprimento dos mandados no Brasil e as ações das autoridades dos EUA foram
“coordenadas e executadas simultaneamente para impedir a fuga dos investigados
e garantir a preservação das provas”. O caso segue sob investigação.
Gazeta Brasil
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