O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma advertência ao grupo terrorista Hamas na noite de segunda-feira (10), exigindo a libertação de todos os reféns até o meio-dia de sábado. Caso contrário, ele permitirá que Israel cancele o cessar-fogo em vigor e “deixe o inferno se desencadear” no Oriente Médio.
“Na minha opinião, se todos os
reféns não forem devolvidos até sábado às 12 horas – acho que é um horário
apropriado – eu diria, cancelem e todas as apostas estão fora, e deixem o
inferno se desencadear”, disse o presidente a repórteres no Salão Oval, sem
especificar o fuso horário aplicável ao prazo.
“Eu diria que eles deveriam ser
devolvidos até as 12 horas de sábado. E se não forem devolvidos – todos eles,
não aos poucos, não dois e um e três e quatro e dois – até sábado às 12 horas.
E depois disso, eu diria, todo o inferno vai se desencadear.”
Trump não descartou o envio de
tropas americanas para a região, dizendo aos repórteres “vamos ver o que
acontece” e não expandiu o que quis dizer com “todo o inferno vai se
desencadear”.
“Vocês descobrirão, e eles também
descobrirão. O Hamas descobrirá o que quero dizer”, disse ele, também sem
revelar se estava se referindo a uma força militar israelense ou americana.
Trump posteriormente afirmou que
falava por “ele mesmo” e enfatizou que Israel tinha o direito de “anular”
qualquer declaração que ele fizesse.
“Mas da minha parte, sábado às 12
horas, e se não estiverem, não estiverem aqui, todo o inferno vai se
desencadear”, reiterou o presidente.
Trump disse temer que muitos,
senão todos, dos dezenas de reféns restantes estejam mortos e acusou o Hamas de
maltratar aqueles que foram libertados.
Eli Sharabi, Ohad Ben Ami e Or
Levy – três israelenses libertados pelo Hamas no sábado – estavam gravemente
desnutridos e perderam peso significativo enquanto estiveram em cativeiro nos
últimos 16 meses.
“Com base no que vi nos últimos
dias, eles não vão viver por muito tempo”, disse Trump, depois de comparar o
estado dos homens libertados ao de “vítimas do Holocausto”.
Hamas anunciou na segunda-feira
que estava cancelando uma libertação de reféns programada para este fim de semana,
argumentando que Israel não cumpriu sua parte do acordo.
Abu Obeida, porta-voz da seção
militar do Hamas, disse que o grupo terrorista queria algo em troca pelo
suposto rompimento do acordo de cessar-fogo por Israel.
“Os reféns que deveriam ser libertados
no próximo sábado… serão adiados até novo aviso e até que a ocupação cumpra e
compense retroativamente os direitos das últimas semanas”, escreveu Obeida no
X.
O escritório de propaganda do
Hamas em Gaza acusou Israel na segunda-feira de não enviar suprimentos
humanitários adequados ao território mediterrâneo, especialmente no norte, onde
grande parte da infraestrutura está destruída.
O ministro da Defesa de Israel,
Israel Katz, criticou a mensagem do Hamas como uma “violação flagrante do
cessar-fogo”, segundo o Times of Israel.
Trump, 78 anos, fez seu
comentário enquanto assinava ordens executivas no Salão Oval, repetindo uma
linha que já usou antes para ameaçar diretamente o grupo terrorista que
controla a Faixa de Gaza.
Os comentários vêm cinco dias
depois de o presidente dizer que estava buscando assumir o controle da Faixa de
Gaza e desenvolver propriedades no território, enquanto movia palestinos para
países vizinhos sem conceder-lhes o direito de retorno.
Trump afirmou anteriormente que
quer que Egito e Jordânia recebam os mais de 2 milhões de palestinos – e
sugeriu na noite de segunda-feira que poderia reter a ajuda a esses países se
eles se recusassem.
Egito e Jordânia estão entre os
cinco principais países que recebem ajuda dos EUA, ficando atrás apenas da
Ucrânia e de Israel no ano fiscal de 2023.
“Acho que ele aceitará [os
palestinos], e acho que outros países também aceitarão. Eles têm bons
corações”, disse Trump sobre o rei Abdullah II da Jordânia, com quem o presidente
deve se reunir na terça-feira na Casa Branca.
Mas Trump posteriormente
mostrou-se aberto à ideia de reter ajuda quando questionado por um repórter,
dizendo: “Sim, talvez, claro, por que não? Se eles não aceitarem, eu
consideraria reter a ajuda, sim.”
Gazeta Brasil
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!