O local é tombado pelo Instituto
Rio Patrimônio da Humanidade desde dezembro de 2014
Rio - Uma pintura realizada por
iniciativa da prefeitura na Mureta do Leme, na Zona Sul do Rio, gerou
indignação entre os moradores da região na última terça-feira (25). O local é
tombado pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade desde dezembro de
2014. Após a repercussão negativa, a gestão municipal voltou atrás e mandou
remover a arte.
A associação de moradores
VivaLeme se manifestou nas redes sociais contra a intervenção, classificando-a
como uma "brutalidade ambiental". "Acordamos chocados com mais
uma brutalidade ambiental. A Pedra do Leme que levou milhões de anos para se
constituir, acaba de ser pintada para servir de outdoor.", escreveu o
grupo.
Nos comentários da publicação,
internautas expressaram insatisfação. "Falta de respeito ambiental e
cultural. O Morro do Leme é tombado pelo IRPH e reconhecido pela Unesco como
Paisagem Cultural da Humanidade", disse um morador. "Um absurdo!
Precisamos mobilizar as autoridades para remover essa pintura e restaurar a cor
neutra da mureta, preservando a paisagem", comentou outro.
Desde dezembro de 2014, o Forte
Duque de Caxias, localizado no Morro do Leme, e sua área ao redor são tombados.
O documento que oficializa a proteção delimita essa região, abrangendo "da
junção do final do calçadão da Praia do Leme com a Pedra ou Morro do Leme,
seguindo na direção do Caminho dos Pescadores, incluso, contornado totalmente a
Pedra do Leme pela linha média das marés".
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A Secretaria Municipal de
Conservação e Serviços Públicos, que contratou a pintura, afirmou que refará a
intervenção nesta quinta-feira (27), cobrindo a área com tinta cinza. Segundo a
pasta, o grafite foi autorizado com o objetivo de inibir pichações constantes
no local.
"A toda hora limpávamos as
pichações da pedra. O grafite foi uma estratégia para resolver isso. Fomos
notificados pelo Rio Patrimônio da Humanidade sobre o tombamento e determinei a
imediata remoção", afirma o secretário Diego Vaz.
A artista Malu Vibe, responsável
pela obra, ficou surpresa após a repercussão negativa. Moradora
do Morro da Babilônia, ela disse que ficou feliz com o convite, mas foi
surpreendida com a decisão de apagar a pintura.
"Eu, como artista local, fiquei
feliz pelo convite de trazer essa revitalização, esse olhar para a arte e,
através dessa arte, falar sobre a natureza, ali no caminho dos
pescadores. Fiquei surpresa pela repercussão desse apagamento. Entretanto,
durante todo o processo foi satisfatório o olhar carinhoso das pessoas, a
sensibilidade de chegar e falar, de ser solidário, oferecer uma água, tirarem
fotos, turistas falando comigo. E minha equipe, que se doou do início ao fim. O
trabalho foi exaltado, executado com excelência, mas infelizmente teve esse
outro lado que eu não entendo. Eu ainda estou elaborando", contou ao DIA.
Moradores também denunciaram que
a sigla da Associação de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ) foi incluída na
pintura. A reportagem de O DIA entrou em contato com a
entidade, que ainda não se pronunciou. O espaço segue aberto para
manifestações.
O Dia
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