O nome de Jorge Santos consta
em uma certidão de óbito registrada em São Paulo, datada de 2019, quando ele
tinha 95 anos.
Aos 101 anos, Jorge dos Santos,
ex-militar da Segunda Guerra Mundial, enfrenta um dos maiores desafios de sua
vida: provar que ainda está vivo. Morador de Macaé, Região Metropolitana
do Rio, seu nome consta em uma certidão de óbito registrada em São Paulo,
datada de 2019, quando ele supostamente teria falecido aos 95 anos.
No documento, consta que ele era
solteiro e tinha filhos, embora nunca tenha tido descendentes. Além disso, o
CPF registrado não corresponde ao dele.
Em 2024, Jorge fez a prova de
vida na Receita Federal, mas o erro na certidão de óbito impede que recupere
seu benefício. Para corrigir a situação, precisa buscar sua certidão de
nascimento em Aracaju. Sem acesso à internet e com problemas de audição, não
consegue comprovar sozinho que está vivo.
"Eu nunca fui a São
Paulo", afirma Jorge dos Santos, que hoje sobrevive com a ajuda de
vizinhos e sobrinhos. Sua esposa, Rita, também enfrenta problemas de saúde. Sem
acesso à aposentadoria, o casal não tem condições de pagar cuidadores ou
comprar remédios.
"Sem esse documento, é
impossível recuperar sua aposentadoria", explica o advogado Júlio Cesar
Gonçalves, que acompanha o caso.
Jorge dos Santos é um dos 72 ex-
combatentes da Força Expedicionária Brasileira (FEB) ainda vivos, a maioria com
mais de 95 anos. Natural de Aracaju, ele embarcou para a Itália aos 21 anos
para combater ao lado das tropas brasileiras. Enfrentou o frio, a fome e os
horrores da guerra.
"Ajudei muita gente, salvei
muita gente", relembra emocionado.
Agora, a batalha de Jorge não é
mais contra um inimigo no front, mas contra a burocracia que insiste em
apagá-lo da história. Mesmo diante da situação, ele ainda encontra forças para
rir do absurdo de sua própria condição.
Por Andreia Freitas, g1 —
Macaé
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