2/28/2025

Editorial: o desrespeito do Detran-RJ aos cidadãos mais vulneráveis

Por Angel Morote

O recente cancelamento do mutirão de emissão da nova Carteira de Identidade Nacional (CIN) pelo Detran-RJ em Rio das Ostras expõe uma falha gritante na prestação de serviços públicos essenciais. Sem aviso prévio, idosos e pessoas com deficiência foram surpreendidos ao chegarem ao posto de atendimento e descobrirem que todo o planejamento e deslocamento foram em vão. A cena de pessoas sendo dispensadas sem explicação é um retrato do descaso com aqueles que mais necessitam de atendimento prioritário.

O Detran-RJ, ao promover o mutirão e garantir atendimento sem necessidade de agendamento, gerou uma expectativa na população, que confiou na informação e compareceu ao local. No entanto, a frustração foi geral ao se depararem com um cartaz improvisado informando o cancelamento. A indignação foi ainda maior entre os deficientes e idosos, que são os mais impactados por essa falta de organização e respeito.

Um exemplo claro do problema foi a situação que vivi pessoalmente. Apesar de apresentar o Cartão de Identidade de Deficiente, que tem o CID, documento oficial emitido pelo próprio Detran-RJ e respaldado pelas Leis Estaduais nº 7.821/2017 e nº 8.574/2019, fui impedido de emitir a nova CIN sob a alegação de falta do Código Internacional de Doença (CID) no laudo médico impresso. Essa exigência não apenas se mostra contraditória, como também demonstra um despreparo do órgão, que já possui os dados necessários em seu sistema.

A burocracia excessiva, a falta de informação clara sobre os documentos necessários e o desrespeito com os cidadãos são problemas crônicos que precisam ser resolvidos. Não se pode admitir que um serviço essencial seja prestado de maneira tão ineficiente, expondo pessoas vulneráveis a situações de estresse e humilhação.

O Detran-RJ precisa rever urgentemente suas políticas de atendimento. A população merece respeito e dignidade, não apenas desculpas vazias. Falhas como essa demonstram a necessidade de mais transparência, organização e, acima de tudo, comprometimento com o bem-estar dos cidadãos. Esse não é um caso isolado, e se medidas não forem tomadas, continuaremos a assistir cenas de desrespeito e descaso com aqueles que mais precisam.

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