quinta-feira, fevereiro 06, 2025

Crise no governo Petro: aliada renúncia e já são três baixas após reunião ministerial


Não se passaram 24 horas desde que terminou o Conselho de Ministros liderado pelo presidente da República, Gustavo Petro, no qual ocorreram episódios acalorados, com acusações dirigidas principalmente à chanceler Laura Sarabia e ao chefe de gabinete, Armando Benedetti. A crise dentro do Palácio de Nariño parece estar longe de terminar.

Na tarde de quarta-feira, 5 de fevereiro, foi anunciada a renúncia da secretária jurídica da Presidência, Paula Robledo Silva, que colocou seu cargo à disposição após considerar que os acontecimentos na reunião a obrigam a dar um passo atrás e deixar ao presidente a possibilidade de nomear novas pessoas. Esta saída não estava inicialmente prevista.

A secretária jurídica ingressou no cargo em março de 2024, após a renúncia de Vladimir Fernández, que assumiu como magistrado da Corte Constitucional após ser eleito pelo Senado em outubro de 2023. Desde então, Paula Robledo Silva era responsável por assuntos jurídicos do Executivo, como a nomeação de candidatos a cargos de órgãos de controle, como a Procuradoria Geral da Nação.

Robledo Silva é advogada especializada em direito público e constitucional, com ampla experiência em órgãos como a Procuradoria, além da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Ela também foi assessora jurídica do Governo, magistrada auxiliar do Conselho de Estado e da Corte Constitucional, defensora delegada de assuntos constitucionais e legais da Defensoria Pública e docente universitária.

Saídas do Governo de Gustavo Petro Após Conselho de Ministros Polêmico

A renúncia de Robledo Silva se soma à do recém-nomeado diretor do Departamento Administrativo da Presidência (Dapre), Jorge Rojas, e do ministro da Cultura, Juan David Correa, que anunciaram suas decisões de deixar o Executivo na manhã de quarta-feira. Essa atitude vai ao encontro da proposta do ministro do Interior, Juan Fernando Cristo, que sugeriu que seus colegas apresentassem renúncias protocolares para que Petro possa reorganizar sua equipe.

“Os acontecimentos não me permitem continuar”, comentou Rojas em entrevista à W Radio, após os duros ataques entre alguns membros do gabinete: primeiro, da vice-presidente Francia Márquez contra Sarabia; depois, da ministra do Meio Ambiente, Susana Muhamad, contra Benedetti; e posteriormente, de outros membros, como o diretor do Departamento de Planejamento Nacional (DNP), Alexander López, e da Unidade Nacional de Proteção (UNP), contra o novo chefe de gabinete.

Por sua vez, Correa – que substituiu Jorge Zorro, vice-ministro da Cultura, que ocupou o cargo de ministro temporariamente – destacou os principais avanços de seu trabalho à frente da pasta e mostrou respeito pelas decisões do presidente. No entanto, não fez grande ênfase nos assuntos abordados por Petro no referido conselho.

“Como ministro, não gostaria de me despedir de vocês com uma longa lista de assuntos ou responsabilidades cumpridas. Acredito que as instituições estão acima das pessoas e, na minha visão, fica uma memória de todas elas na figura das vice-ministras, da secretária-geral, do chefe de planejamento, das diretoras e dos centenas de contratados e funcionários, além do Sistema de Informação Cultural”, afirmou Correa, que antes de entrar no Governo foi diretor literário da editora Planeta.

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