Não se passaram 24 horas desde que terminou o Conselho de Ministros liderado pelo presidente da República, Gustavo Petro, no qual ocorreram episódios acalorados, com acusações dirigidas principalmente à chanceler Laura Sarabia e ao chefe de gabinete, Armando Benedetti. A crise dentro do Palácio de Nariño parece estar longe de terminar.
Na tarde de quarta-feira, 5 de
fevereiro, foi anunciada a renúncia da secretária jurídica da Presidência,
Paula Robledo Silva, que colocou seu cargo à disposição após considerar que os
acontecimentos na reunião a obrigam a dar um passo atrás e deixar ao presidente
a possibilidade de nomear novas pessoas. Esta saída não estava inicialmente
prevista.
A secretária jurídica ingressou
no cargo em março de 2024, após a renúncia de Vladimir Fernández, que assumiu
como magistrado da Corte Constitucional após ser eleito pelo Senado em outubro
de 2023. Desde então, Paula Robledo Silva era responsável por assuntos
jurídicos do Executivo, como a nomeação de candidatos a cargos de órgãos de
controle, como a Procuradoria Geral da Nação.
Robledo Silva é advogada
especializada em direito público e constitucional, com ampla experiência em
órgãos como a Procuradoria, além da Comissão Interamericana de Direitos
Humanos. Ela também foi assessora jurídica do Governo, magistrada auxiliar do
Conselho de Estado e da Corte Constitucional, defensora delegada de assuntos
constitucionais e legais da Defensoria Pública e docente universitária.
Saídas do Governo de Gustavo
Petro Após Conselho de Ministros Polêmico
A renúncia de Robledo Silva se
soma à do recém-nomeado diretor do Departamento Administrativo da Presidência
(Dapre), Jorge Rojas, e do ministro da Cultura, Juan David Correa, que
anunciaram suas decisões de deixar o Executivo na manhã de quarta-feira. Essa
atitude vai ao encontro da proposta do ministro do Interior, Juan Fernando
Cristo, que sugeriu que seus colegas apresentassem renúncias protocolares para
que Petro possa reorganizar sua equipe.
“Os acontecimentos não me
permitem continuar”, comentou Rojas em entrevista à W Radio, após os duros
ataques entre alguns membros do gabinete: primeiro, da vice-presidente Francia
Márquez contra Sarabia; depois, da ministra do Meio Ambiente, Susana Muhamad,
contra Benedetti; e posteriormente, de outros membros, como o diretor do
Departamento de Planejamento Nacional (DNP), Alexander López, e da Unidade
Nacional de Proteção (UNP), contra o novo chefe de gabinete.
Por sua vez, Correa – que
substituiu Jorge Zorro, vice-ministro da Cultura, que ocupou o cargo de ministro
temporariamente – destacou os principais avanços de seu trabalho à frente da
pasta e mostrou respeito pelas decisões do presidente. No entanto, não fez
grande ênfase nos assuntos abordados por Petro no referido conselho.
“Como ministro, não gostaria de me
despedir de vocês com uma longa lista de assuntos ou responsabilidades
cumpridas. Acredito que as instituições estão acima das pessoas e, na minha
visão, fica uma memória de todas elas na figura das vice-ministras, da
secretária-geral, do chefe de planejamento, das diretoras e dos centenas de
contratados e funcionários, além do Sistema de Informação Cultural”, afirmou
Correa, que antes de entrar no Governo foi diretor literário da editora
Planeta.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!