Canadá vai retirar bebidas dos EUA das lojas em resposta às tarifas de Trump

Ontário, no Canadá, irá retirar todas as bebidas alcoólicas americanas das prateleiras de suas lojas a partir desta terça-feira (4), em resposta às tarifas de 25% impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, às importações canadenses.

As lojas da Liquor Control Board of Ontario (LCBO) também removerão os produtos americanos de seus catálogos, impedindo que outros varejistas possam encomendar ou reabastecer esses itens, de acordo com um comunicado divulgado no domingo pelo premier Doug Ford.

 “Todos os anos, a LCBO vende quase US$ 1 bilhão em vinhos, cervejas, destilados e seltzers americanos. Isso não acontecerá mais”, disse Ford. “Nunca houve um momento melhor para escolher um produto incrível feito em Ontário ou no Canadá.”

O anúncio de Ford veio poucas horas depois de o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, ter imposto tarifas retaliatórias de 25% sobre US$ 155 bilhões em produtos americanos.

A LCBO é um dos maiores distribuidores de bebidas, vendendo mais de 1,1 bilhão de litros de produtos alcoólicos em Ontário em 2023. Segundo o Observatório de Complexidade Econômica, o Canadá importa principalmente destilados dos Estados Unidos, com um valor estimado de US$ 320 milhões em vendas. O Canadá é o segundo maior destino de exportação de bebidas alcoólicas dos EUA, com um valor comercial de US$ 25,9 milhões em outubro de 2024, de acordo com o OEC.

Em um comunicado fornecido à CNBC, a LCBO informou que interromperá todas as vendas de produtos alcoólicos americanos online e nas lojas “indefinidamente”, acrescentando que é o “importador oficial” de todo o álcool americano em Ontário. Atualmente, a LCBO lista mais de 3.600 produtos de 35 estados americanos, acrescentou o comunicado.

A medida segue anúncios semelhantes de outros premiers canadenses em retaliação às tarifas, incluindo o premier da Nova Escócia, Tim Houston, que direcionou a Nova Scotia Liquor Corporation a remover todas as bebidas alcoólicas americanas de suas prateleiras na terça-feira, e o premier da Colúmbia Britânica, David Eby, que ordenou ao BC Liquor Distribution Branch que “pare imediatamente de comprar bebidas alcoólicas americanas de ‘estados vermelhos’” e remova as principais marcas “estados vermelhos” das prateleiras.

Gazeta Brasil

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