A Assembleia Nacional da Venezuela declarou nesta terça-feira (7) nove ex-presidentes latino-americanos como persona non grata. Esses ex-líderes acompanharão Edmundo González Urrutia em seu retorno ao país, conforme confirmado anteriormente pelo ex-presidente colombiano Andrés Pastrana.
Por unanimidade, o órgão
legislativo chavista aprovou um acordo que considera os ex-governantes Andrés
Pastrana (Colômbia), Mario Abdo Benítez (Paraguai), Vicente Fox e Felipe
Calderón (México), Mireya Moscoso e Ernesto Pérez Balladares (Panamá), Jorge Quiroga
(Bolívia), Jamil Mahuad (Equador) e Laura Chinchilla (Costa Rica) como membros
de uma “força estrangeira que tenta invadir” a Venezuela, e, portanto, aprovou
a tomada de ações contra eles.
O “grupo de fascistas, da
ultradireita internacional”, parte da iniciativa IDEA, emitiu “declarações
nefastas e intervencionistas” e expressou “sua vontade de estar presente no
território venezuelano no dia 10 de janeiro de 2025 para atrapalhar a posse e o
devido juramento do presidente constitucional Nicolás Maduro”, aponta o texto,
que mais uma vez apoia a fraude do chavista, cometida em 28 de julho.
Suas ações demonstram “a
continuação de sua frustrada agenda de agressão” contra a República Bolivariana
da Venezuela, “um país livre, soberano e independente sob um Estado democrático
e social de direitos e de justiça que demonstrou durante a Revolução
Bolivariana seu firme compromisso com a Constituição e o Direito
Internacional”, e, portanto, requerem sua “expulsão imediata” caso se
apresentem ao país, em “defesa da pátria e da reivindicação de nossa história”,
acrescenta o documento apresentado pela deputada Rodbexa Poleo.
O presidente da Assembleia, Jorge
Rodríguez, foi mais severo com o projeto e, após manifestar seu apoio, pediu a
introdução de algumas mudanças por considerá-lo “um pouco tímido”.
Assim, pediu para estabelecer
“com clareza que, se (os ex-presidentes) ousarem pisar, mesmo que com um único
pé imundo, o solo da República Bolivariana da Venezuela, devem ser tratados
como invasores… julgados, capturados e deve cair sobre eles todo o peso da
lei”.
“Se não tiverem a devida permissão e entrarem”
sem autorização, “essa aeronave, esses tripulantes, a tripulação e os
passageiros devem ser tratados como uma força estrangeira que tenta invadir (…)
o território aéreo, marítimo ou terrestre da República Bolivariana da Venezuela
e devem ser tratados como tal”, acrescentou.
O legislador José Brito também se
referiu ao acordo e, em seu caso, criticou os ex-governantes, a quem definiu
como “quatro ecléticos incapazes de se apresentarem a seus respectivos países
como candidatos – nem mesmo em uma província – porque seriam expulsos por seus
povos por serem entreguistas”.
A definição do Parlamento, que
responde às ordens do Palácio de Miraflores, ocorreu em uma semana crucial para
a Venezuela e, particularmente, após Pastrana anunciar que um grupo de
ex-presidentes da IDEA planeja acompanhar González Urrutia em seu retorno ao
país para tomar posse como presidente nesta sexta-feira.
A Iniciativa, que tem sido muito
crítica do regime recentemente, realizará um encontro no Panamá nesta
quarta-feira, onde coordenarão as ações a serem seguidas nos próximos dias,
antes da posse.
O objetivo desta comitiva será
não apenas apoiar e fortalecer a oposição contra Maduro, mas também garantir a
segurança de González Urrutia, sobre quem, desde 2 de janeiro, pesa uma ordem
de captura e uma recompensa de USD 100.000, por supostos crimes de conspiração,
cumplicidade no uso de atos violentos contra a República, usurpação de funções,
falsificação de documentos, lavagem de dinheiro, desrespeito às instituições do
Estado, incitação à desobediência às leis e associação para delinquir.
Com informações da EFE e
Europa Press
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