Segundo o secretário da Segurança
Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, todos foram presos na manhã desta
quinta-feira (16), em operação da Corregedoria da PM
A segurança pessoal do delator
do PCC, Antonio
Vinicius Lopes Gritzbach, morto em novembro de 24 no Aeroporto de Guarulhos, na
Grande SP, era composta por 14 policiais militares que atuavam de forma ilícita
para o empresário. Dentre eles, dois tenentes. Segundo o secretário da
Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite,
todos foram presos na manhã desta quinta-feira (16), em operação da
Corregedoria da PM.
“Os que estavam realmente na escolta foram
presos. Só que nessa escolta ilegal, realizada por esses policiais militares,
alguns estavam trabalhando naquele dia [do assassinato], outros trabalhavam em
outras datas e não estavam naquele momento em serviço. Inclusive, tem dois
tenentes que participavam, não diretamente na função como segurança, mas
realizavam uma função administrativa desse grupo. E contra todos eles foi
realizado mandados de busca e prisão”.
De acordo com o Corregedor da PM,
coronel Fabio Amaral, um dos oficiais era o chefe e gerenciava a segurança
pessoal ilícita do delator, outro favorecia alguns policiais, facilitando
folgas e fazendo a intermediação de escalas. Os demais faziam a escolta.
A operação desta quinta também
prendeu um PM apontado como autor dos disparos que mataram Gritzbach. Segundo a
polícia, ele não tinha envolvimento com os agentes que atuavam na escolta.
De acordo com Derrite, os
policiais já eram investigados pela Corregedoria da PM em processo instaurado
em abril de 2024, que apura o envolvimento de agentes das forças de segurança
com o PCC.
Ainda segundo ele, o autor dos
disparos já foi preso e está sob a custódia de policiais da Corregedoria. A
identidade dele não foi revelada, desta forma, a defesa não foi localizada.
Também não há informações sobre os nomes dos outros envolvidos. A polícia disse
ainda investigar quem seria o outro atirador e também o mandante do crime.
Quem era o delator executado
em Guarulhos
O empresário Antonio Vinicius
Lopes Gritzbach estava no centro de uma das maiores investigações feitas até
hoje sobre a lavagem de dinheiro do PCC em São Paulo, envolvendo os negócios da
facção na região do Tatuapé, zona leste paulistana.
Sua trajetória está associada à
chegada do dinheiro do tráfico internacional de drogas ao PCC. Ele fechara
acordo de delação premiada em abril. Em reação, a facção pôs um prêmio de R$ 3
milhões pela sua cabeça.
Gritzbach era um jovem corretor
de imóveis da construtora Porte Engenharia quando conheceu o grupo de
traficantes de drogas de Anselmo Bechelli Santa Fausta, o Cara Preta. Foi a
acusação de ter mandado matar Cara Preta, em 2021, que motivou a primeira
sentença de morte contra ele, decretada pela facção.
Para a polícia, Gritzbach havia
sido responsável por desfalque em Cara Preta de R$ 100 milhões em criptomoedas
e, quando se viu cobrado pelo traficante, decidira matá-lo. O empresário teria
contratado Noé Alves Schaum para matar o traficante.
O crime aconteceu em 27 de
dezembro de 2021. Além de Cara Preta, o atirador matou Antonio Corona Neto, o
Sem Sangue, segurança do traficante. Conforme as investigações, Schaum foi
capturado pelo PCC em janeiro de 2022, julgado pelo tribunal do crime e
esquartejado por um criminoso conhecido como Klaus Barbie, referência ao
oficial nazista que atuou na França ocupada na 2ª Guerra, onde se tornou o
Carniceiro de Lyon.
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