Polícia Civil desmantela esquema de ‘saúde VIP’ do PCC em penitenciárias de São Paulo

A facção criminosa contava com a colaboração de uma ONG chamada Pacto Social e Carcerário.  Reprodução/Instagram/@policiacivilrsoficial

Segundo a investigação, advogados da facção eram responsáveis por selecionar os profissionais de saúde que atendiam os detentos, sem que estes soubessem que estavam prestando serviços a membros da organização

A Polícia Civil, em conjunto com o Ministério Público, desvendou um esquema em que médicos e dentistas realizavam procedimentos cirúrgicos e estéticos em integrantes do PCC, o Primeiro Comando da Capital, que estão detidos em penitenciárias de segurança máxima em São Paulo. Entre os presos que receberam atendimento está Marcola, que foi submetido a uma aplicação de botox, além de outros membros da organização criminosa. Esse esquema, que ficou conhecido como plano de saúde VIP, era exclusivo para aqueles que ocupavam posições de destaque dentro do PCC.

A facção criminosa contava com a colaboração de uma ONG chamada Pacto Social e Carcerário, que, segundo as investigações, foi criada a pedido do PCC. As apurações tiveram início há aproximadamente três anos, após a apreensão de drogas e cartões de memória que continham informações sobre as operações do PCC, incluindo setores como “saúde” e “financeiro”.

Os advogados da facção eram responsáveis por selecionar os profissionais de saúde que atendiam os detentos, sem que estes soubessem que estavam prestando serviços a membros do PCC. Os pagamentos pelos atendimentos eram realizados de maneira não rastreável e com valores superiores aos praticados no mercado. Além disso, a facção mantinha um setor dedicado a “reivindicações”, que apresentava ações judiciais fraudulentas com o intuito de desestabilizar o sistema judiciário.

Em novembro de 2023, as investigações revelaram que o PCC estava planejando a execução de três agentes públicos. A operação resultou na expedição de 12 mandados de prisão e 14 mandados de busca e apreensão, levando à detenção de advogados ligados à facção, de uma mulher que tentou entrar no presídio com drogas e de membros da ONG. A operação, denominada Scream Fake, está sob sigilo judicial, e os serviços da ONG foram suspensos por determinação da Justiça.

Por da Redação/JP

*Reportagem produzida com auxílio de IA
Publicado por Fernando Dias