Justiniano e Airdes, casal de Ipanema, no Rio, morreram atropelados quando passeavam por Itaipava, distrito de Petrópolis — Foto: Imagem cedida pela família
Airdes Maria Pinto, de 63
anos, e Justiniano Paulo de Carvalho Schumann, de 77 anos, eram casados há mais
de 20 anos. Os corpos serão enterrados nesta segunda-feira (20): 'Eram unidos e
se amavam muito'.
Um casal de turistas do Rio de
Janeiro morreu atropelado no distrito de Itaipava, em Petrópolis,
na Região Serrana do Rio, onde passava uns dias. Eles foram atingidos por um
veículo Troller na Estrada União e Indústria, na noite de sexta-feira (17),
próximo ao hotel onde estavam hospedados.
Os corpos de Airdes Maria Pinto,
de 63 anos, e Justiniano Paulo de Carvalho, de 77 anos, vão ser enterrados no
Cemitério de São João Batista às 16h desta segunda-feira (20), data em que eles
pretendiam voltar para casa, em Ipanema, após uma semana de passeio na Serra do
Rio.
Ao g1, a família das vítimas disse que
pessoas relataram que Airdes e Justiniano estavam de mãos dadas, quase
finalizando a travessia pela faixa de pedestres, quando foram atingidos na
Estrada União e Indústria, próximo ao hotel onde estavam hospedados desde 14 de
janeiro.
O motorista Gilcemar Martins de
Souza, de 57 anos, fugiu sem prestar socorro, mas foi preso, em flagrante, sem
direito a fiança, após perseguição policial, segundo a Polícia Civil. O g1 tenta
contato com a defesa dele.
"O policial falou que eles
foram muito cautelosos para atravessar e estavam de mãos dadas. O meu cunhado
foi lançado como um boneco e caiu na rua. E minha irmã caiu na calçada. O rapaz
saiu do bar com uma mulher a toda velocidade e os atingiu em cheio, praticamente
chegando na calçada", disse a irmã de Airdes, Albanici Matias de Oliveira.
Justiniano, que era aposentado do
Tribunal de Contas do Estado do Rio, morreu no local do acidente. Airdes, que
era técnica em contabilidade, chegou a ser levada para o hospital de Corrêas,
mas morreu quatro horas depois de dar entrada na unidade.
Perseguição
Ao g1, a Polícia
Civil disse que foi um motoboy que avisou do atropelamento e fuga do motorista
a agentes da Polícia Militar que estavam próximos a um posto policial. Isso por
volta das 19h30 de sexta, quando começou a perseguição.
"Os policiais visualizaram o
veículo mencionado e iniciaram a perseguição com o giroflex e o sinal sonoro
acionados. O Troller aumentou a velocidade, obrigando a equipe a acelerar para
alcançá-lo. Não foi possível determinar a velocidade empregada durante a
perseguição", explicou a Polícia Civil.
O motorista foi alcançado na
altura da Feirinha de Itaipava, no momento em que fazia um retorno em direção
ao centro do distrito de Itaipava.
"Ainda assim, o condutor
tentou continuar a fuga, sendo interceptado pela equipe sob o viaduto. Os policiais
deram ordem para que o motorista descesse do veículo. Ele obedeceu, mas
encontrava-se visivelmente alterado, gritando que iria retornar ao local e
pedindo desculpas, admitindo que havia cometido um erro", explicou a
Polícia Civil em nota enviada ao g1.
Ainda de acordo com a polícia, o
condutor resistiu à abordagem e à revista pessoal, sendo necessário o uso de
algemas para contê-lo.
"Questionado sobre o motivo
de não ter parado após o atropelamento, respondeu que estava nervoso. Quanto à
recusa de parar durante a abordagem, permaneceu em silêncio. A passageira do
veículo também estava alterada, gritando para que não o algemassem", disse
a nota da Polícia Civil.
Ainda segundo a Polícia Civil, no
momento da abordagem, a equipe constatou que o condutor "apresentava odor
de álcool no hálito, comportamento agressivo, arrogante e exaltado, além de
estar falante", mas que, apesar disso, ele demonstrava estar orientado,
sabendo onde se encontrava, a data e a hora, com a memória preservada,
lembrando dos atos cometidos, e não apresentava dificuldades motoras ou de
equilíbrio.
No momento da abordagem, a
passageira admitiu aos agentes que ambos haviam ingerido bebida alcoólica pouco
antes da abordagem e informou que estavam no restaurante.
O motorista vai responder por
homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A Polícia Civil disse
ao g1 que a perícia foi realizada, mas o laudo para embriaguez
deu inconclusivo. Explicou ainda que, após ouvir testemunhas e envolvidos, o
flagrante foi encaminhado à Justiça.
A família disse que um advogado
será consultado para que as medidas cabíveis sejam tomadas.
"Ambos eram pessoas
maravilhosas, que faziam de tudo pela família, íntegras, que amavam e ajudam o
próximo. E é muito difícil para nossa família suportar a dor que está sendo
perder duas pessoas, duas vidas, tiradas de forma abrupta. É um misto de
sentimentos, pois além da dor da perda, nós temos que lidar com a dor de torcer
para que a Justiça seja feita, porque tudo que a gente quer nesse momento, já
que a gente não consegue trazer a vida deles de volta, é que a Justiça seja
feita. Que a pessoa que fez, a maneira como ela fez, pague por isso. Pois eram
pessoas de bem. Eles eram o pilar de nossa família, e acabou tudo!",
desabafou Bárbara Matias Pinto Viana, sobrinha das vítimas.
O casal deixa dois filhos,
enteados de Airdes, e duas netas.
Por Ariane Marques, g1 —
Petrópolis
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