Após polêmica, TCU libera licitação de 200 milhões para comunicação do governo Lula | Rio das Ostras Jornal

Após polêmica, TCU libera licitação de 200 milhões para comunicação do governo Lula


O Tribunal de Contas da União (TCU) autorizou nesta quinta-feira (9) a continuidade de uma licitação no valor de R$ 197,7 milhões, conduzida pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom). O processo estava suspenso desde julho, após surgirem suspeitas de quebra de sigilo das propostas técnicas. A decisão foi tomada pelo ministro Aroldo Cedraz, às vésperas da troca de comando na Secom, com a saída do atual titular Paulo Pimenta, que será substituído por Sidônio Palmeira.

De acordo com a decisão publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, em sua decisão, o ministro Cedraz concluiu que não há irregularidades suficientes para sustentar o bloqueio da licitação, afirmando que não foram encontrados elementos que comprovassem a ocorrência de ilícitos. “Apesar da gravidade dos fatos narrados nesta representação, não foram coligidos aos autos elementos que sustentassem a ocorrência do suposto ilícito, o que impede o encaminhamento ao órgão policial de meras ilações ou suposições”, destacou o relator. Ele também afirmou que, embora haja “robustos indícios” de vazamento do sigilo das propostas, não foi possível identificar provas contundentes que comprovassem a autoria do ilícito.

A licitação, que visa à contratação de quatro empresas para atuar na comunicação digital do governo federal, estava em andamento desde 2023. O objetivo é modernizar a comunicação do governo, oferecendo informações segmentadas e ampliando sua presença nas redes sociais. O processo foi suspenso depois que um jornalista do site “O Antagonista” divulgou, de forma cifrada, os nomes das empresas vencedoras um dia antes da abertura das propostas. O caso gerou um grande debate sobre a segurança das informações e a integridade do processo licitatório.

Em abril, o jornalista publicou nas redes sociais as iniciais das empresas que, supostamente, ganhariam a licitação: Usina Digital, Área Comunicação, Moringa L2W3 e o consórcio BR e Tal. Contudo, após a desclassificação das empresas Moringa e Área Comunicação, entraram em cena a Clara Digital e o consórcio Boas Ideais.

O ex-ministro Paulo Pimenta, responsável pela abertura da licitação, refutou as acusações e defendeu a transparência do processo. Em nota, ele alegou que as denúncias de irregularidades foram impulsionadas por interesses “políticos e econômicos”, e afirmou que não foi ouvido pelo TCU sobre as alegações.

A decisão do TCU, agora liberando a licitação, permite que a Secom siga com o processo de contratação das empresas que atuarão na comunicação digital do governo. A ação ocorre no contexto da reestruturação da Secretaria, que será comandada por Sidônio Palmeira a partir deste mês, após a saída de Paulo Pimenta.

Gazeta Brasil

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