A Polícia Civil de São Paulo desmantelou uma rede internacional de traficantes, incluindo chineses, nigerianos, mexicanos e portugueses, envolvidos na venda de metanfetamina nas ruas da capital paulista. A operação, batizada de “Heisenberg” em referência ao personagem Walter White da série Breaking Bad, contou com 280 policiais e teve como alvos 60 investigados, com o cumprimento de 101 mandados de busca e prisão.
A investigação começou a partir
de uma denúncia feita por uma testemunha chinesa, que revelou à polícia que
havia sido recrutado para trabalhar no tráfico de drogas no Brasil, após uma
oferta de emprego enganosa. Em julho, a polícia apreendeu 2 kg de metanfetamina
em um apartamento no centro de São Paulo, o que levou à identificação de uma
rede de tráfico envolvendo traficantes de várias nacionalidades.
O celular de Pikang Dong, um dos
presos, revelou uma série de mensagens sobre a compra e venda de metanfetamina
entre traficantes de diferentes origens. Entre os destinos da droga, estavam
hotéis e motéis de São Paulo, utilizados para a prática conhecida como chemsex,
que envolve o uso de substâncias para intensificar o prazer sexual. A
metanfetamina é especialmente procurada por ter efeitos duradouros.
A operação revelou que os
chineses são tanto produtores quanto distribuidores de metanfetamina, com
traficantes mexicanos fornecendo as drogas de melhor qualidade e os nigerianos,
por sua vez, fornecendo versões mais baratas e de qualidade inferior. Através
da análise do celular de Dong, a polícia também rastreou transações financeiras
e locais de entrega da droga, além de interceptar mensagens que demonstraram a
rede complexa e internacional envolvida no tráfico.
Dong se apresentou à Justiça como
trabalhador do ramo de obras e usuário de drogas, mas as mensagens apreendidas
refutaram essa versão. Ele foi condenado a nove anos de prisão, embora ainda
caiba recurso.
Entre os outros envolvidos,
destaca-se o traficante chinês Li Xiaozhe, identificado como “Bruce”, um dos
maiores fornecedores de metanfetamina em São Paulo. Ele foi preso durante a
operação e tinha sido citado anteriormente em investigações, mas sua identidade
só foi confirmada através das mensagens encontradas no celular de Dong. As
conversas também incluíam um manual para a fabricação da droga.
Francis Philip, identificado como
líder do tráfico de metanfetamina entre nigerianos, foi outro alvo das
investigações. Depósitos bancários via Pix foram encontrados no mesmo
apartamento onde a droga foi apreendida, e mensagens entre ele e Dong indicaram
a colaboração entre os dois.
Além disso, o traficante mexicano
Guilhermo Fabian Ortiz, conhecido como “fantasma”, foi identificado como um dos
principais fornecedores de metanfetamina em São Paulo. Em uma troca de
mensagens, Ortiz discutiu os preços da droga com Dong, revelando as negociações
entre os traficantes de diferentes nacionalidades. Entre os mexicanos
investigados, há também um traficante chamado Hector, apelidado de “Hector
Salamanca”, em alusão ao personagem da série Breaking Bad que
inspirou o nome da operação.
Gazeta Brasil
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