Mais de mil presos políticos passarão mais uma vez o Natal nas prisões de Cuba, uma realidade que a comunidade democrática internacional não deve esquecer. Entre eles, há idosos e homens e mulheres em condições de saúde severas. Todos são inocentes, pois seus supostos crimes foram se manifestar pacificamente ou protestar nas redes sociais.
Assim começa o último relatório
do Observatório Cubano de Direitos Humanos, que exigiu “a imediata libertação”
de todos os presos políticos na ilha, o fim das detenções arbitrárias e do
assédio aos ativistas de direitos humanos.
O caso José Daniel Ferrer
O relatório destaca a repressão
em massa do regime de Miguel Díaz-Canel contra a população civil e foca no caso
de José Daniel Ferrer, um dos presos políticos mais emblemáticos de Cuba.
O ativista Manuel Cuesta Morúa
apresentou um recurso de apelação à Sala Especial do Tribunal Supremo Popular,
mostrando seu desacordo com a decisão desse órgão de não tramitar o habeas
corpus em favor de Ferrer, exigindo que fosse feito. “A resposta deles não está
de acordo com a lei e distorce os termos estabelecidos pelo Tribunal Provincial
de Santiago de Cuba para devolver José Daniel Ferrer à prisão em 2021. Por
isso, considero que este preso político, que já está há 124 dias em detenção
ilegal, deve ser libertado imediatamente”, afirmou Cuesta Morúa.
Um comunicado público emitido
pelo Conselho para a Transição Democrática de Cuba (CTDC), do qual Cuesta Morúa
é vice-presidente, informou que “o documento de resposta do Tribunal tem data
de 5 de dezembro, cinco dias após as 72 horas previstas pela Lei 143 para
processos sumários, e depois de apresentado um recurso de não dilação no dia
anterior ao Tribunal Supremo”.
Um ativista permanece preso há
mais de duas semanas: acusado de “atentado”
O relatório do Observatório
Cubano de Direitos Humanos também menciona o caso do ativista da União
Patriótica de Cuba (Unpacu), Misael Espinosa Puebla, detido no dia 6 de
dezembro em Bayamo. As autoridades do regime o acusam de “atentado”, conforme
denunciou a defensora de direitos humanos Ana Belkis Ferrer. Espinosa Puebla
está preso na unidade policial Los Caballitos da localidade. Sua filha, Leydis
Espinosa, declarou que, apesar de não estar em Bayamo, pessoas próximas a ela
relataram que, um dia antes de sua detenção, seu pai teve um confronto com
policiais que o estavam perseguindo por ser vendedor ambulante.
Jovem preso em Jimaguayú se
declara “plantado” após protestar contra os apagões
O observatório também relatou o
caso de um jovem cubano detido após exigir o restabelecimento do fornecimento
de energia elétrica no município de Jimaguayú, em Camagüey. Nelson Caballero
Díaz, preso no dia 18 de outubro, está “plantado” na prisão Cerâmica Roja, na
província de Camagüey. Sua esposa informou que ele “não está comendo nada” e,
dias após sua detenção, o jovem afirmou que preferiria morrer a permanecer
preso por uma causa injusta.
Damas de Branco novamente
intimidadas pela Segurança do Estado
A Segurança do Estado ameaçou
abrir novos processos contra as presas políticas Saylí Navarro e Sissi Abascal,
encarceradas por participarem das manifestações massivas de 11 de julho de
2021, na prisão feminina La Bellotex. A mãe de Navarro, Sonia Álvarez Campillo,
relatou que a Dama de Branco Lázara León foi detida no dia 8 de dezembro por
Orlando Figueroa, membro da Segurança do Estado. Ela foi advertida a se afastar
das Damas de Branco, sob a ameaça de ser encarcerada como Navarro e Abascal.
A “fabricacão” de novas acusações
contra presos políticos é uma prática comum utilizada pela Segurança do Estado
como um mecanismo de intimidação.
O preso político Andy García
encerra a greve de fome após 16 dias
O relatório também menciona o
caso de Andy García Lorenzo, preso político que cumpre uma pena de cinco anos
de prisão em Guamajal, Santa Clara, por sua participação nas manifestações de
julho de 2021. Sua irmã, Roxana García Lorenzo, informou que ele abandonou a
greve de fome após 16 dias, a pedido de seus pais, e que suas condições físicas
estavam “deploráveis”.
Ativista americano pede a
libertação dos presos de 11J em evento do regime
Durante a 22ª edição da série de
conversas “Cuba na Política Externa dos Estados Unidos”, realizada em Havana, o
ativista norte-americano John McAuliff sugeriu a libertação dos presos
políticos do 11J, enfatizando que isso poderia ser uma forma de resolver o
problema enquanto ainda fosse possível recebê-los nos Estados Unidos.
Regime impõe prisão domiciliar à
atriz Kiriam Gutiérrez
O regime cubano impôs prisão
domiciliar à atriz e ativista Kiriam Gutiérrez, impedindo sua participação no
lançamento de seu filme “Matar a um Homem”, censurado no 45º Festival
Internacional de Novo Cinema Latino-Americano em Havana. A artista relatou que recebeu
uma ameaça de um agente da Segurança do Estado, que lhe pediu para se afastar
do filme, afirmando que ela deveria se abster de defender o filme e o cinema
que faz.
Esses eventos refletem o contínuo
clima de repressão em Cuba, com o regime tomando medidas para silenciar vozes
críticas e manter o controle sobre a população.
Gazeta Brasil
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