Texto assinado pelo presidente
diz que armas de fogo só poderão ser utilizadas pelas forças policiais como
‘medida de último recurso’
Os governadores do Nordeste, por
meio do Consórcio Nordeste, emitiram uma nota neste domingo (29) em que
defendem o recente decreto
assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre uso da
força policial. O mesmo documento foi criticado
pelos governantes do Sul e Sudeste.
No texto, os governadores
nordestinos dizem que o decreto não tira a autonomia dos estados. “Ao
contrário, ele reafirma a centralidade da prudência, do equilíbrio e do bom
senso no exercício da atividade policial. Além disso, sublinha a necessidade de
constante modernização das técnicas de atuação, promovendo mais segurança tanto
para os profissionais quanto para a sociedade, sempre com a preservação da vida
como prioridade absoluta”, afirmam.
Os governadores também defendem
que o uso da força “deve ser reservado como último recurso, exclusivamente em
situações de legítima defesa, para proteger vidas”.
“Essa diretriz, já consolidada na
prática das nossas corporações, está plenamente alinhada ao decreto do governo
federal, que reforça princípios internacionais sobre o Uso Diferenciado da
Força, adotados pelas mais avançadas organizações policiais ao redor do mundo”.
A nota é assinada pelos nove
governadores do Nordeste:
- Fátima Bezerra (PT-RN);
- Paulo Dantas (MDB-AL);
- Jerônimo Rodrigues (PT-BA);
- Elmano de Freitas (PT-CE);
- Carlos Brandão (PSB-MA);
- Rafael Fonteles (PT-PI);
- Raquel Lyra (PSDB-PE);
- João Azevedo (PSB-PB);
- Fábio Mitidieri (PSD-SE)
Governadores do Sul e Sudeste
criticaram documento
Na sexta-feira (27), quatro
governadores do Sul e Sudeste emitiram uma nota em que criticam o decreto e
pedem a revogação da norma. Segundo eles, o texto “beneficia o crime
organizado” e “bloqueia a autonomia dos estados”.
“É urgente que o decreto seja
revogado porque o seu conteúdo beneficia a ação de facções e pune homens e
mulheres que diariamente arriscam suas vidas em prol da sociedade”, diz a nota
assinada por Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Cláudio Castro (PL-RJ),
Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Júnior (PSD-PR).
Após as críticas, o Ministério da
Justiça e Segurança Pública defendeu o decreto e disse que o texto foi
“construído a partir de um amplo debate” entre o governo federal,
representantes dos entes federados, dos órgãos de segurança pública e da
sociedade civil.
O que diz o decreto
O decreto foi publicado na última
terça-feira (24) no Diário Oficial da União, assinado pelo presidente Lula e
pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
Ele estabelece que armas de fogo
só poderão ser utilizadas pelas forças policiais como “medida de último
recurso”.
O texto ainda determina que “o
nível da força utilizado deve ser compatível com a gravidade da ameaça” e “os
profissionais de segurança pública devem atuar de forma não discriminatória”.
Thays Martins, do R7, em
Brasília
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