O avião transportava 181 pessoas da Tailândia para a Coreia do Sul quando fez um pedido de socorro e aterrissou sem trem de pouso, antes de colidir com um muro e pegar fogo. Reprodução/Yonhap
Investigadores sul-coreanos e americanos tentam determinar o que causou tragédia; inicialmente, autoridades atribuíram queda a uma colisão com pássaros
A Coreia do Sul ordenou, nesta segunda-feira (30), uma “inspeção completa” de todos os Boeing 737-800 operados pelas companhias aéreas do país, um dia depois de uma dessas aeronaves ter caído ao pousar, matando 179 pessoas. Investigadores sul-coreanos e americanos tentam determinar o que causou o pior desastre aéreo da história do país asiático, que as autoridades atribuíram inicialmente a uma colisão com pássaros. O avião transportava 181 pessoas da Tailândia para a Coreia do Sul quando fez um pedido de socorro e aterrissou sem trem de pouso, antes de colidir com um muro e pegar fogo.
Todos os passageiros da companhia
aérea sul-coreana Jeju Air Flight 2216 morreram, exceto dois
comissários de bordo que foram retirados vivos dos escombros. O país iniciou
sete dias de luto nesta segunda-feira, com bandeiras hasteadas a meio mastro. O
atual presidente, Choi Sang-mok, foi ao local do acidente na cidade de Muan, no
sudoeste, para participar de um memorial. O presidente, que tomou posse na
sexta-feira passada, garantiu que o governo fará “todos os esforços” possíveis
para identificar as vítimas e apoiar as suas famílias enlutadas.
A Coreia do Sul tem um forte
histórico de segurança aérea e as duas caixas-pretas do voo foram recuperadas.
Os investigadores identificaram até agora 146 vítimas através de análises de
DNA ou impressões digitais. Parentes das vítimas acamparam durante a noite em
barracas montadas dentro do aeroporto, aguardando notícias sobre seus entes
queridos. “Eu tinha um filho a bordo do avião”, disse um idoso que esperava no
saguão do aeroporto e pediu para não revelar seu nome. Ele disse que seu filho
ainda não foi identificado.
Barreira
Na manhã desta segunda-feira, no
local do acidente, um casal olhava para os restos retorcidos do avião, que
permaneciam espalhados perto da cauda carbonizada. Os passageiros, com idades
entre três e 78 anos, eram todos coreanos, exceto dois tailandeses, segundo as
autoridades. Outro avião da Jeju Air teve problemas com o trem de pouso e teve
que retornar ao aeroporto de Gimpo, em Seul, logo após decolar nesta
segunda-feira, informou a companhia aérea. Um representante da companhia disse
à AFP que está analisando o que aconteceu nesse caso.
A causa inicialmente relatada
para o acidente de domingo foi uma colisão com pássaros, e a torre de controle
emitiu um alerta a esse respeito pouco antes do incidente. No entanto,
especialistas que analisaram os vídeos da aterrissagem do voo de domingo
indicaram que a construção do aeroporto pode ter influenciado a tragédia. Kim
Kwang-il, ex-piloto e professor de aeronáutica da Universidade Silla, afirmou
que se sentiu “muito agoniado” ao revisar o vídeo do avião fazendo um pouso de
emergência antes de atingir uma barreira. “Não deveria haver uma estrutura
sólida nessa área”, disse ele à AFP. “Normalmente, no final de uma pista
não há nenhuma obstrução sólida, isso vai contra os padrões internacionais de
segurança da aviação”, explicou.
“Fora do aeroporto normalmente há
apenas cercas, que são macias e não causariam danos significativos. O avião
teria deslizado ainda mais até parar sozinho. A estrutura desnecessária é muito
lamentável”, disse ele. O papa Francisco declarou no domingo que rezaria
pelas vítimas, e os líderes mundiais, incluindo China, União Europeia e Irã,
também enviaram mensagens de condolências.
Por Jovem Pan
*Com informações da AFP
Publicado por Victor Oliveira
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