A Argentina saiu oficialmente da recessão com um crescimento de 3,9% no Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre de 2024, em comparação com os três meses anteriores, conforme dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas (Indec) nesta segunda-feira (16). Esse desempenho positivo marca o fim de uma sequência de três trimestres de contração econômica, representando uma vitória importante para o presidente ultraliberal Javier Milei em sua tentativa de resolver a crise econômica prolongada no país.
O avanço do PIB, que se observou
de julho a setembro, é um reflexo das recentes medidas implementadas por Milei,
que focaram em cortes de gastos públicos como parte de uma “terapia de choque”
para reverter a estagnação e controlar a inflação descontrolada. A desaceleração
da inflação também contribuiu para a recuperação, com a taxa caindo para 2,4%
em novembro, o menor índice desde 2020, embora a inflação anual ainda permaneça
alta, em 166%.
O crescimento econômico foi
impulsionado principalmente pelas exportações, pelo aumento do consumo privado
e público, e pelos investimentos em setores chave, como a agricultura, que
registrou um crescimento de 13,2%, e a mineração, com um aumento de 6,6%. O
aumento nos gastos dos consumidores também desempenhou um papel crucial na
recuperação econômica do país.
Esse marco ocorre menos de uma
semana após o primeiro aniversário de Milei à frente da Casa Rosada, período
durante o qual o economista “anarcocapitalista” implementou reformas polêmicas,
visando estabilizar a economia argentina. Em janeiro de 2024, ele herdou uma
economia marcada por inflação altíssima, um peso desvalorizado e elevados
gastos públicos. Desde então, Milei tem focado em reduzir o déficit fiscal e
controlar a inflação, embora suas políticas tenham gerado aumentos nas taxas de
desemprego e pobreza.
Apesar dos avanços econômicos, as
reformas de Milei continuam a dividir a opinião pública. Para alguns, o crescimento
do PIB e a desaceleração da inflação representam sinais de que a economia está
finalmente se recuperando. Contudo, críticos apontam que as medidas extremas do
governo aumentaram a desigualdade e as dificuldades para as camadas mais
vulneráveis da população.
Gazeta Brasil
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