quarta-feira, dezembro 18, 2024

Argentina Sai da Recessão com Crescimento de 3,9% no PIB sob Governo de Milei


A Argentina saiu oficialmente da recessão com um crescimento de 3,9% no Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre de 2024, em comparação com os três meses anteriores, conforme dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas (Indec) nesta segunda-feira (16). Esse desempenho positivo marca o fim de uma sequência de três trimestres de contração econômica, representando uma vitória importante para o presidente ultraliberal Javier Milei em sua tentativa de resolver a crise econômica prolongada no país.

O avanço do PIB, que se observou de julho a setembro, é um reflexo das recentes medidas implementadas por Milei, que focaram em cortes de gastos públicos como parte de uma “terapia de choque” para reverter a estagnação e controlar a inflação descontrolada. A desaceleração da inflação também contribuiu para a recuperação, com a taxa caindo para 2,4% em novembro, o menor índice desde 2020, embora a inflação anual ainda permaneça alta, em 166%.

O crescimento econômico foi impulsionado principalmente pelas exportações, pelo aumento do consumo privado e público, e pelos investimentos em setores chave, como a agricultura, que registrou um crescimento de 13,2%, e a mineração, com um aumento de 6,6%. O aumento nos gastos dos consumidores também desempenhou um papel crucial na recuperação econômica do país.

Esse marco ocorre menos de uma semana após o primeiro aniversário de Milei à frente da Casa Rosada, período durante o qual o economista “anarcocapitalista” implementou reformas polêmicas, visando estabilizar a economia argentina. Em janeiro de 2024, ele herdou uma economia marcada por inflação altíssima, um peso desvalorizado e elevados gastos públicos. Desde então, Milei tem focado em reduzir o déficit fiscal e controlar a inflação, embora suas políticas tenham gerado aumentos nas taxas de desemprego e pobreza.

Apesar dos avanços econômicos, as reformas de Milei continuam a dividir a opinião pública. Para alguns, o crescimento do PIB e a desaceleração da inflação representam sinais de que a economia está finalmente se recuperando. Contudo, críticos apontam que as medidas extremas do governo aumentaram a desigualdade e as dificuldades para as camadas mais vulneráveis da população. 

Gazeta Brasil

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