O governo do Paraguai informou nesta terça-feira (26) que, durante uma recente revisão de segurança, foi identificado um caso de infiltração de hackers chineses em suas redes governamentais.
Em um comunicado conjunto, o
Ministério das Tecnologias da Informação e Comunicação do Paraguai e a
Embaixada dos Estados Unidos em Assunção identificaram o grupo de ciberespiões
como Flax Typhoon, vinculado diretamente à China, e alertaram que o
grupo tem intensificado esforços para se infiltrar em sistemas críticos de
vários países ao redor do mundo.
Diante desse episódio, as
autoridades paraguaias reconheceram que enfrentam “uma dinâmica de desafios” na
área de cibersegurança, o que as obriga a reafirmar “o compromisso de trabalhar
em estreita colaboração com parceiros internacionais, como os Estados Unidos,
para enfrentar os desafios globais do ciberespaço e proteger seus ativos
digitais”, afirmou o comunicado.
Essas ações “reforçam a
importância da cooperação e do fortalecimento da infraestrutura crítica,
especialmente no campo cibernético e de comunicações, para reduzir
vulnerabilidades”, destacou a nota.
Operações do Flax Typhoon no
radar
Em agosto de 2023, a Microsoft já
havia alertado sobre as tentativas do grupo Flax Typhoon de se infiltrar em
dezenas de organizações em Taiwan, com “a provável intenção de espionagem”.
De acordo com a empresa, o grupo,
que opera desde meados de 2021, concentra suas ações em agências
governamentais, instituições educacionais e setores de manufatura crítica e
tecnologia da informação. Para isso, utiliza ferramentas integradas, malware mínimo
e outros programas geralmente benignos, que permitem acesso aos sistemas e
mantêm os hackers camuflados por longos períodos.
Essas operações ocorrem em meio
às crescentes tensões entre Pequim e Taiwan, sobre a qual o presidente Xi
Jinping reivindica soberania e controle total. Para isso, o governo chinês tem
intensificado ações de intimidação, como exercícios militares e bloqueios.
No entanto, o alcance das
operações chinesas tem se expandido para outras nações estratégicas, como
Paraguai e Estados Unidos.
Infiltrações durante as eleições
presidenciais de 2024
Durante as eleições presidenciais
de 2024 nos Estados Unidos, Pequim teria direcionado suas ofensivas contra
cidadãos norte-americanos e as equipes de campanha de Donald Trump e Kamala
Harris, numa tentativa de influenciar o resultado do pleito em novembro. Morgan
Adamski, diretor executivo do Comando Cibernético da Casa Branca, afirmou na
última sexta-feira que a ameaça se tornou cada vez mais evidente neste ano.
Um exemplo dessa ofensiva foi
revelado na semana passada, quando autoridades norte-americanas acusaram o
grupo Salt Typhoon de atacar os servidores das principais
operadoras de comunicação – AT&T, Verizon e T-Mobile – e roubar milhares de
registros de chamadas, áudios em tempo real e mensagens de texto.
Segundo a investigação, o grupo
estaria operando de forma clandestina há mais de um ano e intensificou suas
atividades em setembro, um padrão semelhante ao identificado pela Microsoft
anteriormente. Como resultado dessa operação, os dados de pelo menos 150
pessoas foram comprometidos, incluindo o ex-presidente Donald Trump, seu vice,
JD Vance, membros da equipe de campanha de Kamala Harris e funcionários do
Departamento de Estado.
Resposta dos EUA
O FBI e a Agência de
Cibersegurança e Segurança de Infraestruturas (CISA) estão conduzindo
“operações sincronizadas em escala global, tanto ofensivas quanto defensivas,
com foco em degradar e interromper as operações cibernéticas da República
Popular da China em todo o mundo”, declarou Adamski.
(Com informações da Europa Press)
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