O presidente argentino, Javier Milei, anunciou que a Aerolíneas Argentinas poderá ser fechada definitivamente caso não seja privatizada. A medida surge em meio a um crescente descontentamento popular, intensificado por paralisações frequentes que prejudicaram milhares de passageiros.
De acordo com Milei, a decisão já
está tomada: ou a empresa será privatizada, ou será encerrada.
A insatisfação com os altos
custos de manutenção da estatal e com as constantes interrupções de serviço
devido a conflitos sindicais justificam a medida.
O projeto de privatização já foi
enviado ao Congresso, onde enfrenta incertezas quanto à aprovação. Se não
houver consenso, o presidente indicou que tomará medidas drásticas, destacando
que a Aerolíneas Argentinas não é mais sustentável no atual cenário econômico.
Membros do governo afirmaram que a opinião pública agora se mostra favorável à
privatização, refletindo uma mudança de postura da sociedade, que antes
defendia a manutenção da estatal.
Simultaneamente à polêmica sobre
a Aerolíneas, o governo anunciou a desregulamentação dos serviços de rampa nos
aeroportos, o que elimina o monopólio da estatal Intercargo. A decisão foi
tomada após um episódio tumultuado de paralisação, que deixou milhares de
passageiros retidos. O governo formalizou a abertura do mercado de serviços de
rampa através da Resolução 49/2024, permitindo que qualquer empresa qualificada
preste esses serviços, antes monopolizados pela Intercargo.
Com a nova regulamentação, a
Polícia de Segurança Aeroportuária (PSA) poderá assumir temporariamente as
operações de rampa em caso de interrupções provocadas por greves ou outros
eventos excepcionais. Essa medida visa garantir a continuidade dos serviços e
evitar que passageiros fiquem retidos novamente. A iniciativa é vista como um
passo importante para fortalecer a competitividade no setor e reduzir a
dependência de uma única empresa para o funcionamento dos aeroportos.
A perspectiva de privatização da
Aerolíneas e a desregulamentação dos serviços de rampa geraram críticas de
representantes do setor aeronáutico. Edgardo Llano, presidente da Associação do
Pessoal Aeronáutico (APA), defendeu as ações sindicais e criticou as duras
sanções do governo contra os empregados da Intercargo. Em resposta ao caos
gerado pela paralisação, o governo anunciou o desligamento de 15 funcionários
da empresa. Essas demissões refletem a postura inflexível do governo diante dos
conflitos trabalhistas e reforçam o compromisso de evitar novas paralisações.
Ao apresentar a nova política
para serviços de rampa, o governo enfatizou a importância da concorrência e da
liberdade de negociação entre os prestadores. A mudança deve impactar não
apenas o fluxo operacional dos aeroportos, mas também a estrutura tarifária,
que passará a ser determinada pelo mercado, sem interferência governamental.
O descontentamento da população
com os custos da Aerolíneas e a precariedade dos serviços foi crucial para a
decisão de Milei de avançar com a privatização ou o fechamento da estatal.
Embora a opinião pública fosse majoritariamente favorável à manutenção da
empresa como estatal no passado, recentes paralisações alteraram esse cenário,
e uma parcela crescente da sociedade passou a apoiar a privatização. O governo
busca agora capitalizar essa insatisfação, argumentando que a medida reflete o
desejo popular.
O futuro da Aerolíneas Argentinas
ainda é incerto, mas o governo parece determinado a encontrar uma solução para
reduzir os custos e modernizar o setor. As próximas etapas dependerão da
aprovação do Congresso e das negociações com representantes sindicais e
executivos do setor aeronáutico.
Gazeta Brasil
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