A defesa de Luciane Barbosa Farias, conhecida como a ‘Dama do Tráfico’ amazonense, apresentou um recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) contestando sua condenação a 10 anos de prisão por associação para o tráfico de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Luciane é casada com Clemilson
dos Santos Farias, conhecido como Tio Patinhas, que é considerado um dos
líderes do Comando Vermelho no Amazonas.
Apesar de suas ligações com o
crime organizado, Luciane foi recebida em duas ocasiões por autoridades do
Ministério da Justiça e Segurança Pública no ano passado. Naquele momento, a
pasta justificou que Luciane estava presente como “acompanhante” nas reuniões e
que a presença dela era “impossível” de ser detectada pelo setor de inteligência.
A defesa de Luciane recorreu ao
STF após perder o prazo para contestar o acórdão do Tribunal de Justiça do
Amazonas (TJAM), que a condenou em outubro de 2023. Os advogados tinham 15 dias
para apresentar o recurso, mas o fizeram fora desse prazo, alegando que o
cálculo foi realizado de maneira equivocada.
Entre abril e setembro deste ano,
o Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou por oito vezes as alegações da
defesa, que agora recorre à mais alta instância do País.
No último dia 10, o presidente do
STF, Luís Roberto Barroso, negou o pedido do casal, afirmando que o recurso foi
considerado “inadmissível, porquanto intempestivo”.
O caso será analisado pelo
plenário da Corte na próxima sexta-feira (1º), que inclui o ministro Flávio
Dino, que estava à frente do Ministério da Justiça quando Luciane foi recebida
em Brasília.
Luciane Barbosa Farias é
identificada como o braço financeiro do Comando Vermelho no Amazonas, sendo
responsável por ocultar, empregar e lavar valores oriundos do tráfico de
drogas.
A desembargadora Vânia Marques
Marinho, do TJAM, destacou em sua sentença que Luciane atuava para acobertar a
ilicitude do tráfico, utilizando os recursos de forma lícita ao adquirir
veículos, imóveis e abrir empreendimentos, evidenciando sua participação na
organização criminosa.
O Ministério Público do Amazonas
a descreveu como “comparsa” nos crimes de tráfico e ressaltou sua “inteligência
financeira” na organização.
Em sua denúncia, o MP afirmou
que, enquanto se mostrava como uma esposa exemplar, Luciane exercia um papel
fundamental na ocultação de valores provenientes do narcotráfico, adquirindo
bens de luxo e registrando “empresas laranjas”.
Em uma nota, Luciane afirmou que
não pertence a nenhuma organização criminosa e que está sendo criminalizada
apenas por ser esposa de um detento. Clemilson também enfrenta acusações de
assassinatos e tentativas de homicídio no Amazonas.
Nas redes sociais, Luciane se
apresenta como estudante de direito e ativista de direitos humanos.
Em sua visita ao Ministério da
Justiça, alegou ser presidente do Instituto Liberdade do Amazonas (ILA), uma
ONG que, segundo seu próprio site, defende os direitos humanos de presos.
Contudo, a Polícia Civil afirma
que o instituto é financiado pelo tráfico de drogas.
Gazeta Brasil
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