Segundo o Gaeco, parlamentar
do PT mandou matar Robson Giorno, executado por homens encapuzados em 2019. O
político nega.
A Justiça do RJ aceitou a
denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e tornou réu o deputado
estadual Renato
Machado (PT)
pela morte
do jornalista Robson Giorno, em 2019.
Segundo investigações da
Delegacia de Homicídios de Niterói e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao
Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), o
parlamentar mandou matar Giorno, “planejando,
determinando e dirigindo a atividade criminosa”. Machado nega as
acusações.
O juiz Felipe Carvalho Goncalves
da Silva, da Vara Criminal de Maricá,
impôs medidas cautelares a Machado — uma delas é não poder se ausentar do RJ
por mais de 30 dias sem comunicação prévia.
O político já havia sido
indiciado pela Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo pelo crime.
Além do político, outras 3
pessoas foram acusadas pela morte de Giorno:
- Rodrigo José Barbosa da Silva, o Rodrigo Negão;
- Davi de Souza Esteves, o subtenente Davi e;
- Vanessa da Matta Andrade, a Vanessa Alicate.
Os três chegaram a ser presos,
mas estão em liberdade.
O MP afirma que Rodrigo Negão e o
subtenente Davi foram os executores, e que o crime
foi cometido por motivo torpe: vingança.
A denúncia cita que a morte foi
encomendada por Renato Machado por causa de ataques à reputação dele, sobre uma
relação extraconjugal com Vanessa Alicate e uma suposta gravidez.
O crime foi em maio de 2019. O
jornalista foi assassinado com seis
tiros na frente da esposa. Robson era empresário e dono do jornal "O
Maricá".
Outras denúncias
Além da denúncia do assassinato,
Renato Machado também enfrenta outras acusações do Ministério Público.
Nesse mês, o político virou réu
depois que a Justiça aceitou uma denúncia criminal contra ele por desvio e
lavagem de dinheiro – em uma investigação da Polícia Civil que envolve obras
públicas.
Reginaldo Machado, primo do
deputado, também virou réu.
De acordo com a investigação,
Renato e Reginaldo integravam uma organização criminosa em Maricá entre 2019 e
2022, com o objetivo de subtrair recursos do município e destinar ao patrimônio
deles. O deputado, segundo a denúncia, era o destinatário final do dinheiro.
Ex-secretário, deputado e
pastor
Renato Machado é pastor
evangélico e fez a carreira política em Maricá. Ele foi secretário de várias
pastas da cidade e presidente da Autarquia Municipal de Obras, a Somar.
Em julho, o RJ1 mostrou
que um terreno, onde hoje funciona um centro esportivo, virou alvo de
investigação. O dono era o primo de Renato. O MP afirma que o parlamentar
recebeu dinheiro para facilitar a negociação de venda para a
prefeitura.
Segundo o MP, houve
supervalorização do imóvel e prejuízo de mais de R$ 636 mil ao
município.
O relatório indica que o primo,
Reginaldo, recebeu pagamento da Somar e no mesmo mês repassou R$ 150
mil para Renato Machado.
O que dizem os citados
Em nota, a defesa de Renato
Machado disse que está confiante no reconhecimento da inocência do deputado.
"Ao longo de 5 anos de
investigação, não há nenhum elemento informativo ou evidência que justifique a
inclusão do deputado Renato Machado como suspeito da morte do jornalista Robson
Giorno. Não há conversa telefônica, troca de mensagem, imagens, absolutamente
nada, a despeito de ter havido interceptação telefônica e quebra de sigilo de
dados autorizadas pela Justiça", diz a nota da defesa do deputado.
A Prefeitura de Maricá informou
que atua com foco total em transparência e na eficaz aplicação dos recursos
públicos. O município disse que as operações da Somar seguem a legislação e
atendem a todas as exigências, além de passarem por aprovação dos órgãos de
controle.
O Partido dos Trabalhadores e
Reginaldo Machado dos Santos não responderam aos questionamentos da reportagem.
O RJ1 não
conseguiu contato com Rodrigo José Barbosa da Silva, Davi de Souza Esteves e
Vanessa da Matta Andrade.
Por Felipe Freire, TV Globo
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