Parente próximo das
jabuticabeiras, a árvore Siphoneugena carolynae é apontada como único exemplar
do mundo. Esta espécie foi localizada no interior do Monumento Natural
Municipal da Pedra de Itaocaia e possui cerca de 7 metros de altura.
Uma nova espécie de árvore
frutífera foi descoberta no Município de Maricá, Região Metropolitana do Rio. É
o que diz um estudo publicado em julho e conduzido pelos cientistas Thiago
Fernandes e João Marcelo Braga, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ).
A árvore Siphoneugena
carolynae foi localizada no interior do Monumento Natural Municipal da
Pedra de Itaocaia e possui cerca de 7 metros de altura. Esta
espécie, parente próximo das jabuticabeiras, é apontada como único exemplar do
mundo.
Os pesquisadores dizem que a
região desperta o interesse de cientistas desde o século 19, incluindo Charles
Darwin, que visitou a região em 1832, e ficou hospedado na histórica Fazenda
Itaocaia, onde hoje está o local de descoberta da nova espécie.
"Essa nova descoberta é um
passo adiante para o conhecimento pleno da flora da Mata Atlântica, que ainda
abriga muitas espécies desconhecidas para a ciência. Além disso, demonstra a
importância das áreas protegidas para a conservação dessa e de outras espécies
raras e com distribuição restrita", afirma Thiago Fernandes.
Durante a pesquisa, a espécie foi
monitorada de tempos em tempos. As expedições de campo foram feitas entre 2018
e 2023, no Morro Itaocaia, ao longo das fases do desenvolvimento reprodutivo.
"Essa espécie possui apenas
um único indivíduo conhecido até o momento. É a décima terceira espécie do
gênero Siphoneugena conhecida até hoje. Coletamos com os frutos verdes ainda.
Não conhecemos os frutos maduros, mas podemos prever que são semelhantes às
jabuticabas (gênero Plinia), já que são parentes próximos", explica o
pesquisador.
Thiago diz que estuda a região
desde a graduação, em colaboração com outros cientistas.
"Já fizemos outras
descobertas na localidade. Teve uma espécie frutífera que só era conhecida por
uma única coleta feita no século 19, que já está no Jardim Botânico em cultivo,
e outras duas espécies novas ocorrendo em Itaocaia e Niterói", conta.
De acordo com o JBRJ, o nome
científico da nova árvore foi proposto pelos pesquisadores em homenagem à
pesquisadora da Universidade de Brasília Carolyn E. B. Proença, especialista
sênior em Myrtaceae, pela longa carreira de contribuições para a taxonomia e
biologia reprodutiva das espécies dessa família. Ela também contribuiu com a
discussão sobre a nova espécie.
O resultado da pesquisa foi
divulgado na revista científica Brittonia, em uma publicação do Jardim Botânico
de Nova York, uma das mais respeitadas do mundo.
Por Dayane Zimmermann*, g1 Rio
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