O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva anunciou neste sábado (2), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, que o
Brasil fará o papel de observador na Organização dos Países Exportadores de
Petróleo (Opep+). A declaração foi feita durante entrevista na COP-28, a
conferência da ONU sobre mudanças climáticas.
Lula ressaltou que o Brasil não
terá poder de decisão no grupo, mas que irá se dedicar a convencer os países
produtores de petróleo a se prepararem para o fim dos combustíveis
fósseis.
“Eu acho importante a gente
participar porque precisamos convencer os países produtores de petróleo que
eles precisam se preparar para o fim dos combustíveis fósseis. E se preparar
significa aproveitar o dinheiro que eles lucram com petróleo e fazer
investimento para que um continente como o africano, como a América Latina, possa
produzir os combustíveis renováveis que eles precisam”, disse o petista.
“Muita gente ficou assustada: ‘Nossa, o Brasil
vai participar da Opep’. O Brasil não vai participar da Opep, vai participar da
Opep+. Eu vou lá, escuto, só falo depois que eles tomarem a decisão e venho
embora. Não apito nada”, acrescentou.
A Opep é composta por países
produtores de petróleo, como Arábia Saudita, Irã e Iraque. Por outro lado, a
Opep+ inclui nações parceiras que não detêm o mesmo poder de decisão dos
membros oficiais do grupo.
A declaração de Lula vem após o
ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, indicar, durante uma reunião
virtual da conferência do clima, que o Brasil considera a possibilidade de
ingressar no grupo. Essa proposta foi criticada por ambientalistas, que
defendem o fim do uso de combustíveis fósseis, uma pauta central na COP-28 da
ONU.
Em entrevista durante a COP-28, a
ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, expressou que não
enxerga a potencial participação do Brasil na Opep+, na condição de observador,
como algo contraditório, desde que seja para promover o debate sobre a economia
verde e a urgência da descarbonização global.
Lula participou de um evento de
diálogo com representantes da sociedade civil, que atraiu um grande público,
evidenciado pela sala lotada antes do início do evento. Nas proximidades, uma
pessoa erguia uma placa com a mensagem “Lula, deixa o povo entrar”.
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