Tangaraju Suppiah, de 46 anos,
havia sido condenado em 2017 por ‘participar de uma conspiração de tráfico’ de
1.017,9 gramas de cannabis, o dobro do volume mínimo exigido para a pena de
morte
Um quilo de maconha custou
a vida de um homem em Singapura. Tangaraju Suppiah, de 46 anos, foi executado
por enforcamento, nesta quarta-feira, 26, no complexo prisional de Changi,
informou o porta-voz do serviço prisional do país. O homem havia siso condenado
em 2017 por “participar de uma conspiração de tráfico” de 1.017,9 gramas de
cannabis, o dobro do volume mínimo exigido para a pena de morte em
Singapura. Um ano depois, ele foi condenado à morte e o Tribunal de
Apelações manteve a decisão. ONGs de defesa dos direitos humanos afirmaram que
o caso apresentava dúvidas. O Escritório de Direitos Humanos da ONU para
Singapura havia solicitado ao país que “reconsiderasse com urgência” a
execução. Segundo Phil Robertson, vice-diretor da para a Ásia da Humans Right
Watch. As evidências “estavam longe de ser claras, já que ele nunca tocou
na maconha em questão, foi interrogado pela polícia sem a presença de um
advogado e teve o acesso negado a um tradutor de tâmil quando pediu
um”. Ele também destacou que o enforcamento “provoca sérias
preocupações de que Singapura esteja iniciando uma nova onda de execuções para
esvaziar seu corredor da morte em um esforço de dissuasão equivocado”. A
família de Tangaraju implorou por misericórdia e tentou, em vão, um novo
julgamento. Sua execução é a primeira em seis meses em Singapura e a 12ª
desde março de 2022, quando o país voltou a aplicar estas sentenças após um
hiato de mais de dois anos. Entre elas, a sentença contra Nagaenthran K.
Dharmalingam, um malaio com deficiência intelectual condenado por porte de 43
gramas de heroína, recebeu duras críticas.
A vice-diretora regional da
Anistia Internacional, Ming Yu Hah, citou “muitos erros” no caso e disse que a
execução demonstra “grande fracasso da obstinação de Singapura em adotar a pena
capital”. O magnata britânico Richard Branson, membro da Comissão Global
sobre Política de Drogas, pediu na segunda-feira ao governo de Singapura para
reconsiderar a execução e afirmou que o caso esta “em grande parte baseado em
presunções”. O ministério do Interior do país respondeu na terça-feira que
a culpa do réu foi provada além de qualquer dúvida razoável. O ministério
disse que dois telefones celulares, que os promotores afirmaram pertencer ao
condenado, foram usados para coordenar a entrega da droga. Em muitas
partes do mundo, incluindo a vizinha Tailândia, a maconha foi
legalizada. Mas este centro financeiro asiático mantém uma das leis
antidrogas mais rígidas do mundo e garante que a pena capital funciona como um
impedimento eficaz ao narcotráfico. No entanto, o Alto Comissariado da ONU
para os Direitos Humanos diz que essa crença é “um mito”.
Por Jovem Pan
*Com informações da AFP
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!