Por estarem presos, os criminosos
não pagam a taxa de inscrição de R$ 125
Dois presos famosos estão
prestando vestibular neste domingo, 4, para a Universidade Estadual do Rio de
Janeiro (UERJ): a ex-deputada Flordelis, pastora e cantora condenada pelo
assassinato do próprio marido, pastor Anderson do Carmo e o ex-vereador Jairo
Souza Santos (Dr. Jairinho), que vai para júri popular pela morte do menino
Henry Borel.
“Este ano, temos o maior número
de inscritos”, disse Gustavo Krause, diretor do Departamento de Seleção
Acadêmica da Uerj. “A preferência desses vestibulandos é pelos cursos de
Direito e Pedagogia. Mas, em muitos casos, é irrelevante a escolha, pelo fato
de eles não poderem cursar.”
De acordo com um levantamento
feito pelo jornal O Globo, pouco mais de mil presos do Rio de
janeiro (RJ) tentam cursar o ensino superior. Além de Flordelis e Dr. Jairinho,
o modelo Bruno Krupp, que em agosto atropelou e matou um adolescente na Barra
da Tijuca (RJ); e Flávio dos Santos, filho biológico da pastora que foi
condenado pelo mesmo crime que a mãe, buscam uma vaga na universidade.
Caso algum deles passe no
vestibular, pode conseguir uma progressão de pena — em que o criminoso sai do
regime mais rigoroso e passa para o mais leve.
Contudo, para um detento cursar a
faculdade é preciso que ele tenha uma autorização judicial, o que é difícil de
se conseguir. De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap),
somente uma presa (em regime semiaberto) faz faculdade no RJ atualmente.
A UERJ tem apenas um dia de prova
para os vestibulandos, sejam eles presos ou não. O conteúdo do exame é o mesmo
para todos. Devido à pandemia de covid-19, o vestibular tradicional, antes
aplicado em duas etapas, é aplicado em uma única prova de 60 questões mais uma
redação.
A única diferença entre os exames
é que, por segurança, quem aplica a prova para os detentos são os agentes da
Seap. A logística do vestibular é feita conforme a demanda de inscrições dos
presos.
As provas são aplicadas nas
cadeias onde existem inscritos. Por estarem presos, os criminosos também não
pagam a taxa de inscrição de R$ 125.
A Lei de Execuções Penais
estabelece que, a cada 12 horas de estudo, a pena do preso é abatida em um dia.
Mas tudo depende da decisão final do juiz.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!