Tucanos impõe aliança no Rio
Grande do Sul e em Pernambuco como condição para apoio à candidatura da
senadora à Presidência da República
Em uma reunião que ocorreu na
tarde desta quarta-feira, 1º, integrantes da cúpula do PSDB decidiram
apoiar a candidatura de Simone Tebet (MDB-MS) à Presidência da
República. No entanto, foi imposta uma condição: ceder aos tucanos as cabeças
de chapa nas eleições estaduais no Rio Grande do Sul, Minas Gerais e
Pernambuco. Participaram do encontro, que ocorreu no gabinete do senador Tasso
Jereissati (CE), o presidente nacional da sigla, Bruno Araújo,
o senador Izalci Lucas (DF) e os deputados federais Aécio Neves (MG), candidato
da legenda à Presidência em 2014, e Paulo Abi-Ackel (MG). A informação foi
inicialmente divulgada pela jornalista Julia Duailibi, da Globo News,
e confirmada à Jovem Pan por quadros do partido que estiveram
na reunião. Segundo relatos feitos à reportagem, ao final do encontro, Araújo
ligou para o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi,
e estabeleceu o prazo de resposta de uma semana, até a quarta-feira, 8. No dia
seguinte, como a Jovem Pan mostrou, os tucanos informará sua posição
na disputa presidencial.
PSDB e MDB enfrentam um impasse
nesses Estados. No Rio Grande do Sul, os tucanos devem apostar na candidatura à
reeleição de Eduardo Leite, que deixou o cargo no dia 1º de abril
e era cotado como presidenciável da sigla mesmo após ser derrotado pelo
ex-governador de São Paulo João Doria nas prévias partidárias. Os
emedebistas, por outro lado, têm o deputado estadual Gabriel Souza como
pré-candidato ao Palácio do Piratini. Em Pernambuco, o quadro é mais complexo.
A cúpula do PSDB pretende lançar a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, ao governo
do Estado, contra o deputado federal Danilo Cabral (PSB), que conta com o apoio
do MDB no Estado. O presidente estadual da sigla, Raul Henry (MDB-PE), já
declarou publicamente que não havia “nenhuma possibilidade” dos emedebistas
apoiarem Lyra. Em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, os
tucanos apostam na candidatura de Marcus Pestana e querem o apoio do MDB – o
partido cogitava lançar o nome de Carlos Viana, mas o parlamentar migrou para o
PL, do presidente Jair Bolsonaro.
Se o PSDB decidir apoiar a
candidatura de Simone Tebet, será a primeira vez, desde a sua fundação, que o partido
não terá um candidato à Presidência da República. Os tucanos estão formalmente
sem um presidenciável desde que João Doria retirou seu nome da disputa –
vencedor das prévias, o ex-governador de São Paulo sofria resistência interna e
sua postulação era rechaçada por parlamentares, governadores e integrantes da
Executiva Nacional da legenda. Tebet foi o nome escolhido por MDB, Cidadania e
PSDB para representar a chamada terceira via, que tenta viabilizar uma
candidatura viável para se contrapor às candidaturas do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT), que lidera todas as pesquisas de intenção de voto
para o Palácio do Planalto, e o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Por André Siqueira
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