Comunidades permitem que
mensagens cheguem a mais pessoas; recurso está previsto para chegar para depois
da eleição, o que desagrada Bolsonaro
O Ministério
Público Federal de São Paulo (MPF-SP) enviou ofício ao WhatsApp no qual
solicita informações sobre a funcionalidade ‘Comunidades’ e a possibilidade de
adiar a implementação dela no Brasil até o início de 2023 – hoje, a previsão é
de que seja adotada após as eleições de 2022. Em nota enviada à Jovem
Pan, o órgão afirma que a razão do pedido é que considera “os riscos que um
aumento de viralização de conteúdos potencialmente desinformativos pode trazer
para os direitos fundamentais de participação política dos cidadãos
brasileiros, bem como para a integridade das instituições democráticas
nacionais”. As comunidades permitem que grupos sobre o mesmo tema sejam
agregados e que um administrador envie mensagens para vários deles simultaneamente;
o limite de participantes é de 2.560 pessoas – hoje, o máximo de indivíduos
permitidos numa conta do WhatsApp é 256.
O MPF solicitou que a rede social
indique quais são os possíveis impactos das Comunidades na política do WhatsApp
de enfrentamento à desinformação e à violência digital e as ações que tomaria
para compensar o o risco de viralização de conteúdos violentos ou notícias
falsas. Inicialmente, as comunidades seriam adotadas junto com um pacote de
mudanças no aplicativo que estará disponível em breve, mas ficaram para depois
das eleições devido a um acordo entre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o
CEO da empresa, Will Cathcart. A situação foi criticada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL),
que afirmou que procuraria Cathcart para que as Comunidades fossem adotadas
antes das eleições. Bolsonaro delegou ao ministro das Comunicações, Fábio
Faria, a tarefa de buscar contato com a matriz do aplicativo.
Por Jovem Pan
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