O preço do gás natural na Europa disparou nesta terça-feira, 4, após a Rússia, maior fornecedora do continente, intensificar o controle da oferta do insumo. A medida ocorre em um momento de alta tensão geopolítica com a Ucrânia.
As remessas da Rússia para a
Europa diminuíram consideravelmente nesta semana, o que resultou na valorização
do combustível. A alta no preço havia sido atenuada na virada do ano, pois
navios carregados de gás natural liquefeito partiram dos Estados Unidos rumo ao
Velho Continente.
A cotação do gás natural na
Europa saltou mais de 20%, depois de um avanço de 14% verificado na
segunda-feira 3. No Reino Unido, os mercados estavam fechados, e os preços
dispararam mais de 40% nesta terça-feira.
Crise energética global
A Europa enfrenta uma crise de
energia, e a Rússia limita a oferta do gás justamente na chegada dos dois meses
mais frios do inverno. Diversas usinas nucleares estão paralisadas para reparos
e manutenção na França, de maneira que aumentou a demanda pelo insumo.
Aproximadamente um terço do gás
russo que flui para a Europa atravessa a Ucrânia. Qualquer interrupção no
abastecimento, como ocorreu durante os episódios da disputa de preços em 2006 e
2009, pode fazer com que a escassez de energia se torne uma crise generalizada.
Uma disparada nas cotações pode
impactar os mercados de combustíveis, carbono e até mesmo metais e
fertilizantes, cujas fábricas estão paradas ou operando com capacidade reduzida
em razão dos preços elevados da energia.
Em reportagem publicada na Edição
83 da Revista Oeste, Luis Kawaguti escreve sobre a crise energética
global. “Na União Europeia, a escassez de gás fez as contas de luz
triplicarem”, informou. “Na China, a alta nos preços do carvão tem gerado
apagões e redução da produção industrial. Nos Estados Unidos, o valor da
gasolina disparou devido a uma alta do petróleo.”
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