Foto Divulgação
Ação inédita no Estado do Rio une
Sindicatos dos Professores das escolas Privadas e da Rede Municipal, além do
Movimento Defesa pela Vida
Uma ação civil pública inédita
uniu os sindicatos dos professores das escolas Privada de Macaé e Região e da
Rede Municipal de Macaé (Sinpro e Sepe), com o apoio do movimento Defesa Pela
Vida, que conta com a participação direta de mais de duas mil pessoas que
assinaram um abaixo assinado entre janeiro e fevereiro de 2021. A Ação solicita
à justiça com caráter emergencial que suspendam as aulas presenciais, mesmo em
sistema híbrido, e retorne exclusivamente com o modelo remoto.
Apesar de documentos publicados
em jornais oficiais que teoricamente garantiriam um retorno seguro aos
professores e alunos, a Prefeitura, órgão responsável pela fiscalização
sanitária nas instituições, não tem cumprido rigorosamente seu papel e não
pressiona as escolas a oferecerem um espaço com segurança sanitária.
Atualmente, o Estado do Rio de
Janeiro é o que mais está avançando na infecção da variante Delta do
coronavírus e até agora não se tem um estudo aprofundando das consequências
dela. Mesmo assim, alguns municípios parecem fechar os olhos para esta questão,
como acontece em Macaé.
Macaé é o maior município da área
de abrangência deste Sinpro e, apesar de não ter confirmado um caso sequer de
infectados pela Delta, é vizinho de municípios que já têm pacientes doentes
pela nova variante, como é o caso de Casimiro de Abreu, Quissamã, Conceição de
Macabu e Carapebus. Além disso, tem registrado um grande número de denúncias
por parte dos professores, que, em grande parte, estão trabalhando sem a mínima
segurança preconizada pelas instituições cientificas.
“A escola não oferece os EPIs.
Nós é que precisamos comprar para trabalhar. Eu não tenho carro e preciso
utilizar transporte público de ida e volta nos piores horários de tráfego. Meu
emocional está muito abalado. Toda hora preciso ficar orientando as crianças
sobre a importância da máscara nos nariz e boca porque elas não têm o
entendimento e maturidade de uma pessoa adulta. Sabemos que em sua maioria são
assintomáticas e ainda não foram vacinadas. Eu queria trabalhar de casa. Estava
dando muito certo”, contou uma professora que não quis se identificar.
Desde o início de 2021, o
Sindicato tem se posicionado contra o retorno antes que a população seja toda
vacinada, ou pelo menos com 70% dela imunizada, como preconiza a Organização
Mundial da Saúde (OMS).
Para Guilhermina Rocha,
presidente do Sinpro Macaé e Região, a ação só está acontecendo por falta de
diálogo por parte da Prefeitura tanto com o Sinpro quanto com o Sepe.
“A Administração Municipal quer
caminhar de forma unilateral, tomando decisões sem ouvir quem defende o
trabalhador. As escolas abriram suas portas para as aulas presenciais em junho
e até agora os professores com as duas doses dos imunizantes não são a maioria.
Mas não é só a questão da vacina. Falta testagem em massa, tem descumprimento
do uso de EPI, não há rastreamento, tampouco fiscalização sanitária. Até quando
a vida de nossos professores serão expostas?”, disse Guilhermina.
Em 2020, o Supremo Tribunal
Federal reconheceu a Covid-19 como acidente de trabalho, caso desenvolva alguma
sequela futura e o trabalhador tenha se infectado em ambiente profissional ou
no trajeto de ida e volta ao seu emprego. Isso torna ainda mais grave à
questão, já que a administração pública ignora a exposição da comunidade
escolar às consequências futuras.
“O motivo da luta contra a
retomada das aulas presencias agora é único. É real o risco de perda da vida
dos membros da comunidade escolar e eventualmente de algum cidadão macaense.
Membros dos sindicatos sequer foram consultados e ouvidos mesmo sabendo do
enorme e inevitáveis prejuízos. Estamos diante da propagação de uma doença
contagiosa e essa é uma situação que se configurada poderá importar a
responsabilização aos agentes que deram causa a esta propagação”, relatou Dr.
Alexandre Fecher, advogado do Sindicato dos Professores de Escolas Públicas do
Estado do Rio de Janeiro.
Para Rubiana Oliveira, mãe de
aluno, é hora de se pensar no todo. “Sou mãe de um aluno neurotípico e sou
contra as aulas presenciais. Sou a favor da vida. Eu escolhi que meu filho
vivesse. Falta muito pouco para o final do ano letivo. Por que as autoridades
forçam levar as crianças para as escolas? Eu ainda posso escolher em não levar
meu filho, mas não posso pensar só nele e ignorar os profissionais que se
expõem diariamente. Não queremos apenas as vacinas. Junto com ela desejamos as adequadas
estruturas físicas, digital e tecnológica para todos”, disse Rubiana Oliveira
do movimento Defesa Pela Vida.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!