Putin se opõe à vacinação obrigatória contra covid-19.
SPUTNIK/SERGEI SAVOSTYANOV/POOL VIA REUTERS
Presidente
pediu, novamente, que russos se vacinem mesmo assim; país está sofrendo com
variante Delta e aumento de casos
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu nesta quarta-feira (30) aos cidadãos que "escutem os especialistas" e se vacinem, mas se declarou contrário à imunização obrigatória a nível nacional, apesar de o país ter registrado um recorde de mortes por covid-19 pelo segundo dia consecutivo.
"Não apoio
a vacinação obrigatória", afirmou em uma sessão anual na televisão em que
responde as perguntas dos cidadãos, aos quais pediu que se vacinem de maneira
voluntária.
"Sempre
houve pessoas que, de maneira geral, consideram que não devemos aplicar
vacinas, e são muitas (...) não apenas em nosso país, mas também no
exterior", disse.
"Mas não
se deve escutar as pessoas que não entendem nada sobre estes assuntos, que se
baseiam em rumores, e sim os especialistas", completou.
Apesar de não
concordar com a imunização obrigatória a nível nacional, Putin destacou que,
para evitar um confinamento estrito, "algumas regiões estão adotando a
obrigatoriedade da vacinação"para determinadas categorias de
pessoas".
O país, que
enfrenta uma aceleração dos contágios pela variante Delta, muito infecciosa,
registrou 669 mortes por coronavírus nas últimas 24 horas, superando o recorde
652 vítimas fatais de terça-feira, de acordo com um balanço do governo.
As cidades mais
afetadas são a capital, Moscou, e São Petersburgo, segunda maior localidade do
país e sede de partidas da Eurocopa, que registraram 117 e 111 vítimas fatais
em um dia, respectivamente.
No total, o
país registrou 21.042 novas infecções nas últimas 24 horas e soma 5,5 milhões
de casos desde o início da pandemia de coronavírus.
O número de
mortes registradas oficialmente é de 135.214, mas a agência de estatísticas
Rosstat, que tem uma definição mais ampla dos óbitos relacionados com a
covid-19, havia contabilizado 270.000 vítimas fatais até o fim de abril.
A Rússia é o
país europeu com o maior número de mortes por covid-19, enquanto a campanha de
vacinação iniciada em dezembro prossegue de maneira muito lenta, consequência
da desconfiança da população.
Moscou voltou a
adotar medidas de restrição, como o retorno ao teletrabalho para parte da
população, a vacinação obrigatória para os trabalhadores do setor de serviços e
um certificado sanitário para autorizar a entrada em restaurantes.
No momento,
porém, as autoridades não cogitam um confinamento geral como o imposto no ano
passado na cidade de 12 milhões de habitantes.
O governo
admitiu na segunda-feira que a meta de vacinar 60% da população até o outono
(hemisfério norte, primavera no Brasil) é inalcançável.
AFP
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