Moradores e ambientalistas cobram soluções para o
saneamento básico do Peró. Foto: Ernesto Galiotto.
Moradores do
Peró vão procurar o Ministério Público (estadual e federal) para pedir ajuda na
solução do saneamento básico do bairro. A decisão foi tomada depois de uma
reunião que aconteceu na última sexta-feira entre os proprietários de quiosques
e a secretaria municipal de Meio Ambiente. Ficou decidido que a Comsercaf
(companhia de serviços de Cabo Frio) deixará de retirar o esgoto produzido
pelos quiosques e que é lançado nas galerias de águas pluviais do Peró.
Foi anunciado
aos quiosqueiros que a Prefeitura vai pedir para a Concessionária Prolagos
fazer a retirada de esgotos quando houver saturação do sistema precário que
leva os detritos para a rede de água pluvial. Em visita ao bairro antes das
eleições, o prefeito José Bonifácio prometeu dar início à revitalização da orla
(com início da construção de novos quiosques) e levar saneamento básico ao
local. Até agora, a Prolagos apenas levou água potável para os quiosques.
Apesar de ser
um dos principais destinos turísticos do interior fluminense, o Peró não conta
com rede separativa para coleta e tratamento de esgotos. Há suspeita de que o
lençol freático do bairro já esteja comprometido. O problema é grave, mas não
há registro de lançamento de esgotos na praia, pois a orla fica num plano mais
alto e os detritos escoam por gravidade para as ruas internas. Os moradores
temem, contudo, que a Prolagos não recolha o esgoto e lembram que o precário
esgotamento sanitário da Rua Anequim (paralelo à praia) já está comprometido,
com os detritos vazando pelos bueiros.
-- Além dos
problemas no Peró, os esgotos são lançados in natura nas dunas e no Canal do
Itajuru, que banha a Ilha do Japonês e deságua na Praia do Forte. Um crime
ecológico. A prefeitura está abandonando o Peró – lamentou o biólogo Octávio
Menezes, do movimento Amigos do Peró.
A reunião com
os quiosqueiros foi comandada pelo secretário municipal de Meio Ambiente,
Juarez Lopes. Os comerciantes falaram das dificuldades que estão enfrentando
durante a pandemia. Em decreto assinado no dia 7, a prefeitura liberou a volta
das mesas na areia da praia, com limite de dez unidades. Os restaurantes e
bares podem funcionar até 23 horas.
Moradores do
Peró há anos reclamam dos serviços da Prolagos, que faz cobrança de água por
estimativa, mas não consegue abastecer corretamente o bairro na época de maior
movimento do verão. A rede separativa de esgotos é outra reclamação. Os
moradores e ambientalistas também se queixam da Prefeitura, que é a responsável
pela concessão, de não exigir que a Prolagos leve os serviços ao bairro.
-- A decisão da
prefeitura é um retrocesso. Todos sabem que a Prolagos não presta um bom
serviço no Peró e no Pontal do Peró. Qual a garantia que temos que fará a
coleta do esgoto? Como se trata de uma área de preservação ambiental, tanto na
área estadual quanto na federal, esperamos que o Ministério Público tenha
atenção para o problema ambiental -- apelou Machado Silva, dos Amigos do
Peró.
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