Enterros das vítimas do massacre ocorrido em creche de Saudades,
no cemitério municipal de Chapecó. WILLIAN RICARDO / ISHOOT
Promotor de
Justiça que acompanha o caso acredita que o local foi escolhida por estar, na
opinião do agressor, mais vulnerável
O autor do crime que matou duas mulheres e três crianças em uma creche em Saudades, Santa Catarina, planejou o ataque há mais de dez meses, segundo o comandante do Corpo de Bombeiros de Pinhalzinho-SC, capitão Leonardo Ecco, que responde pelo posto avançado de atendimento no município.
Enquanto estava
sendo atendido pela equipe, o agressor questionou um dos bombeiros sobre
quantas vítimas teria conseguido atingir. No caminho ao hospital, já dentro da
segunda ambulância, disse aos bombeiros que o ato foi planejado muito antes.
"Ele disse
para a nossa equipe que estava planejando o ataque há mais de dez meses",
afirmou Leonardo Ecco.
Segundo o
promotor de Justiça Douglas Dellazari, que acompanha o caso, ainda é preciso
ouvir testemunhas e depoimentos para formalizar essas informações, mas sabe-se
que a creche teria sido escolhida por estar, na opinião do agressor, mais
vulnerável: "Ele iria atacar, não necessariamente aquela creche, mas
considerou que naquele local havia uma situação de maior fragilidade para
praticar o crime".
Segundo o
capitão, o autor do ataque foi o último a ser atendido pelas equipes em função
da gravidade das demais vítimas. "No momento em que nossas equipes
chegaram, ele estava consciente, inclusive do ato que tinha cometido. Não foi
possível avaliar as condições psicológicas ou mesmo se estava sob efeito de
medicamentos", diz. "Apresentava um corte no pescoço que, naquele
momento, foi avaliado não ter atingido nenhum grande vaso sanguíneo.
Posteriormente, no hospital, verificou-se tratar de um ferimento mais
grave".
O município de
Saudades decidiu suspender por mais sete dias as aulas em toda a rede municipal
e estadual da cidade. O Conselho Municipal de Educação começou nesta
quinta-feira (6) uma série de reuniões para decidir sobre como será o retorno
às aulas na creche Pró Infância Aquarela. O grupo também discute se as aulas
serão retomadas no mesmo local e se o prédio continuará a servir como creche ou
se terá outra destinação.
Prisão
preventiva
O juiz da
comarca de Pinhalzinho, Caio Lemgruber Taborda, converteu a prisão em flagrante
do suspeito em prisão preventiva. Na decisão, o juiz também autorizou a quebra
de sigilo de dados, para que a polícia possa fazer a análise de computadores,
videogame e pen drive apreendidos na residência do suspeito.
Na decisão, o
juiz considerou que "a prisão é necessária para garantia da ordem pública
em especial porque a autoria delitiva recai sobre o acusado, sendo ele, em
tese, responsável pela morte violenta e cruel de 5 (cinco) pessoas, quais
sejam, duas professoras [...] e três crianças de tenra idade, [...], as quais
possuíam em torno de um ano a dois anos de idade".
Agência Estado
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