Clientes do grupo que foi preso por fraude imobiliária se
reuniram em delegacia — Foto: Reprodução
Escritório
funcionava no Centro do Rio, segundo a Polícia Civil. Além dos presos, outras
10 pessoas foram levadas à delegacia. Pelo menos 20 vítimas estavam no local na
hora da operação.
Um esquema
imobiliário que fez pelo menos 180 vítimas e causou um prejuízo para os
clientes de mais de R$ 3,6 milhões, foi desarticulado nesta segunda-feira
(24) pela Polícia Civil do Rio.
Três pessoas
foram presas em flagrante, entre elas um homem que tinha 119
passagens pela polícia, segundo a investigação que resultou na operação
Casa de Papel.
Deboche
contra as vítimas
Marcelo Jorge
Pereira da Silva chegou à delegacia distribuindo beijos para as vítimas, em tom
de deboche. Ele era um dos mentores dos funcionários para a prática do golpe,
de acordo com a polícia.
Ele vai
responder por associação criminosa, ameaça e tentativa de estelionato.
Além dele, foram presos Daywison John da Silva Merceis e Renata Cristina Moura
Reis, que serão indiciados por associação criminosa e tentativa de estelionato.
As passagens
anteriores de Marcelo são, em sua maioria (113), por estelionato e associação
criminosa. Há ainda outras por lesão corporal, ameaças, porte de arma,
receptação culposa e comunicação falsa de crime. Crimes cometidos no Centro do
Rio, Leblon, Zona Norte, Baixada Fluminense, Niterói e Itaboraí.
O escritório onde
funcionava o esquema desarticulado nesta segunda fica no Centro do Rio. Outras
10 pessoas, suspeitas de envolvimento com a fraude, foram levadas para a 4ª
delegacia (Praça da República). Leia mais abaixo como funcionava o
golpe.
A maioria
delas, segundo agentes, por crimes de estelionato e ameaça. O grupo criminoso
já havia aplicado golpes no Distrito Federal, São Paulo e Maranhão, segundo a
investigação.
"As
investigações se iniciaram em janeiro deste ano. Essas empresas simulavam a
compra e venda de casas populares", destacou a delegada Patrícia Aguiar,
titular da 4ª DP (Praça da República).
Polícia desarticula esquema milionário de fraude imobiliária feito por escritório no Centro do Rio — Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal |
Quando os
investigadores estouraram o escritório, que fica na Rua Sete de Setembro, flagraram
novos clientes assinando contratos. Logo depois, mais de dez novas vítimas
chegaram para também assinar contratos.
Até o início da
tarde, mais de 20 vítimas do esquema estavam na delegacia prestando depoimento.
Como era o
golpe segundo a polícia:
- o grupo alvo da operação simulava
financiamentos para compras de casas próprias, com entradas a partir
de R$ 10 mil;
- as vítimas começam a pagar e o grupo dizia
que ia apresentar para o comprador um imóvel como se estivesse
disponível;
- No entanto, os imóveis mostrados não
estavam disponíveis para venda ou, se estavam, não era através da
cooperativa;
- segundo a polícia, o grupo pegava imagens
na Internet e em sites de venda de imóveis e as usavam para
enganar os clientes;
- quando a vítima descobria que não tinha
imóvel nenhum e tentava reaver o dinheiro já pago, o grupo começava
a cobrar multas e taxas que não existem para não devolver a
quantia.
Por Henrique Coelho, Lívia Torres e Guilherme
Santos, G1 Rio e TV Globo
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!