O governo do estado de São Paulo anunciou a criação da Butanvac,
vacina contra a Covid-19 desenvolvida integralmente pelo Instituto Butantan.
Foto: LECO VIANA/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO
Em resposta,
Butantan diz esperar que Anvisa 'tenha o devido senso de urgência e aprove o
quanto antes o início dos testes'
A Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou que estão incompletos os documentos
necessários para a autorização de testes clínicos em humanos da Butanvac,
candidata a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo Instituto
Butantan.
O
Butantan solicitou a autorização à agência reguladora na última sexta-feira
(23), e já na segunda-feira (26) a Anvisa informou os documentos exigidos que
estão faltando.
Em nota
publicada em seu site, a Anvisa afirmou que tanto o pedido de autorização para
os testes quanto o protocolo do estudo clínico "ainda estão incompletos e
não atendem aos requisitos técnicos para autorizar pesquisas clínicas de
vacinas em seres humanos".
"Com o
envio da exigência, o prazo de análise da Anvisa fica interrompido já que a
Agência depende das informações do Butantan para dar prosseguimento à análise
técnica", informou a Anvisa.
Até o
momento, a Butanvac só foi testada em animais. Para ser aprovada, será
necessário que os testes clínicos em humanos sejam feitos em três fases e que o
Butantan seja capaz de comprovar a eficácia a e a segurança da candidata a
imunizante.
Resposta do
Instituto Butantan
Em nota oficial
divulgada na noite desta terça-feira (27), o Instituto Butantan disse
esperar que a Anvisa "tenha o devido senso de urgência e aprove o quanto
antes o início dos testes" para que a Butanvac fique disponível
rapidamente à população brasileira.
O Butantan
confirmou ter recibido os apontamentos da Anvisa, afirmou que vai manter
contato com a agência reguladora e que pretende "viabilizar os
esclarecimentos necessários" à autorização dos testes.
Sobre a vacina
A
Butanvac foi anunciada no dia 26 de março pelo
Instituto Butantan, que já fabrica a Coronavac no Brasil. Na ocasião, o
governador de São Paulo, João Doria (PSDB) disse que iria entregar 40 milhões
de doses da vacina já a partir de julho de 2021.
A tecnologia da
Butanvac é parecida com a que o Butantan já utiliza na fabricação de
imunizantes contra a gripe. A candidata a vacina é desenvolvida também para
combater a variante P.1 do coronavírus, identificada pela primeira vez em
Manaus e que se tornou dominante em várias partes do Brasil.
A Butanvac usa
o vetor viral da proteína Spike do coronavírus, que foi modificado
geneticamente. Apesar da diferença em relação ao vírus da gripe, a produção
será feita com os mesmos métodos utilizados pelo Butantan na vacina contra a
influenza.
O provável
baixo custo de produção também é um fator positivo da Butanvac, já que os
insumos necessários para sua fabricação não são feitos fora do país, como é o
caso da Coronavac e da vacina de Oxford/AstraZeneca, produzida pela Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Gregory
Prudenciano, da CNN, em São Paulo
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