O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e o presidente
da Câmara, Rodrigo Maia.
Foto: Will Shutter/Câmara dos Deputados
O Supremo
Tribunal Federal (STF) barrou a possibilidade de os atuais presidentes
da Câmara, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP),
disputarem a reeleição na mesma legislatura.
A decisão foi
tomada na noite deste domigo (6) após a divulgação das decisões dos últimos
ministros a votarem. Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux divergiram
do relator Gilmar Mendes e foram contra a recondução de Maia e Alcolumbre.
Os três
ministros que votaram neste domingo acompanharam os votos das ministras Carmen
Lúcia e Rosa Weber, além do ministro Marco Aurélio Mello. O julgamento ocorreu
por meio do "plenário virtual" da Corte, uma plataforma digital na
qual os ministros apresentam seus votos.
Em seu voto,
Fux foi direto. “A regra impede a recondução para o mesmo cargo na eleição
imediatamente subsequente a do primeiro ano da legislatura”, escreveu.
“Nesse ponto, a
norma constitucional é plana: não há como se concluir pela possibilidade de
recondução em eleições que ocorram no âmbito da mesma legislatura sem que se
negue vigência ao texto constitucional.”
Já Fachin
rejeitou o argumento de comparar eleições para a presidência da Câmara e Senado
com a eleição para a Presidência da República, esta última uma eleição direta.
"Mesmo que seja controvertida a possibilidade de reeleição para a
Presidência da República, a forma de escolha de quem ascenderá ao cargo máximo
do Poder Executivo é a eleição direta."
Foi o mesmo
argumento utilizado por Barroso, que afirmou que "não é possível a
recondução dos presidentes (da Câmara e Senado)."
Barroso, no
entanto, afirmou que considera legítima a reeleição, caso o Congresso Nacional
assim desejar. "Mas deverá manifestar pela via formal da emenda à
Constituição", escreveu. Ou seja, seria por meio de uma Proposta de Emenda
à Constituição (PEC).
Em seu voto
divulgado no sábado, a ministra Rosa Weber afirma ser inadmissível
a recondução dos membros das mesas aos mesmos cargos “seja na mesma
legislatura ou na seguinte”.
Eles
divergiram, portanto, do relator Gilmar Mendes, que votou a favor do aval do
Supremo Tribunal Federal (STF) à reeleição dos presidentes das duas casas por
uma vez e já a partir do ano que vem. Em seu voto, Gilmar citou ainda o
“principio da anualidade”, ou seja, que não é possível mudar as regras a menos
de um ano para a disputa.
Seguiram
integralmente o voto de Gilmar os ministros Dias Toffoli, Alexandre de Moraes e
Ricardo Lewandowski.
Placar
diferente para Maia e Alcolumbre
Houve diferença
no placar em relação ao caso de Rodrigo Maia (7 a 4) e de Alcolumbre (6 a 5).
Isso ocorreu porque o ministro Nunes Marques manifestou-se favoravelmente
a Toffoli e Gilmar Mendes, entendendo que pode ocorrer uma reeleição, mas disse
se posicionar contra o principio da anualidade aventado por Gilmar.
Como isso, como
Maia já foi reeleito, ele não poderia ser candidato dentro dessa lógica. Assim,
sua decisão autorizaria apenas a candidatura de Alcolumbre no Senado.
Caio
Junqueira, Basília Rodrigues e Thais Arbex, da CNN em Brasília
(Edição de
André Jankavski e Marcio Tumen Pinheiro)
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!