‘Great Reset’ não é uma teoria da conspiração | Rio das Ostras Jornal

‘Great Reset’ não é uma teoria da conspiração


Apesar do nome conspiratório, a Grande Reinicialização é uma iniciativa real.

Na última quinta-feira, 3 de dezembro, o chanceler do Brasil, Ernesto Araújo, alertou sobre uma iniciativa chamada “Great Reset” ao divulgar um vídeo do seu discurso na 31ª Sessão Especial da AGNU em resposta à pandemia de coronavírus.

Apesar de Araújo não ter utilizado o termo no pronunciamento — apenas em mensagem no Twitter, veículos de informação da velha imprensa correram para classificar o assunto como uma conspiração.

“Ministro Araújo evoca teoria de conspiração sobre covid”, diz manchete do jornal alemão DW.

Apesar desse nome, que de fato soa como se tivesse sido tirado de algum livro de ficção conspiratório, o Great Reset (Grande Reinicialização, em português) realmente existe.

Em maio, o fundador do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, anunciou a iniciativa “Great Reset”, que reúne líderes mundiais e grandes corporações com o objetivo de combater as “consequências diretas da crise de Covid-19”.

A iniciativa tem o seu próprio site. Confira.

Print do site oficial da iniciativa “The Great Reset”,
do Fórum Econômico Mundial

Entre as empresas anunciadas como “parceiros” da iniciativa estão: Facebook, Google, Bloomberg, NBCUniversal, New York Times, entre outras gigantes da indústria da mídia e da tecnologia.

Também não podemos esquecer a presença das empresas Alibaba Group e ByteDance, ambas da China, no seleto grupo de parceiros da Grande Reinicialização.

Escrevendo para o site norte-americano National Review, o jornalista Andrew Stuttaford comenta:

“Após notar o envolvimento de ‘parceiros’ como Apple, Microsoft, Facebook, IBM, IKEA, Lockheed Martin, Ericsson e Deloitte e Sixsmith, dúvidas apareceram sobre como o Great Reset possa ser visto — como alguns gostam de sugerir (mesmo permitindo um pouco de exagero) — como um ‘marxismo de esquerda socialista’ ou um ‘plano de tomada de poder comunista global’.”

Stutttaford acrescentou:

“Muito justo, até porque a Grande Reinicialização é, em essência, corporativista, não comunista. A participação de empresas do tipo que Sixsmith menciona é, na realidade, a participação de alguns membros de sua alta administração, usando os fundos dos acionistas para fins que nada têm a ver com os resultados financeiros e tudo a ver com o exercício do poder dentro de um sistema semelhante a um concerto, com o Estado – senão necessariamente o governo – atuando como maestro.”

REDAÇÃO

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