Mourão tenta melhorar imagem do Brasil na área ambiental.
Andre Borges/EFE - 15.07.2020
Coordenador do
Conselho da Amazônia, o vice-presidente avalia que o mundo precisa do bioma
pelo "papel fundamental" da floresta na climatologia global
O Brasil
deveria ser recompensado financeiramente pela preservação
ambiental da Amazônia, afirmou o vice-presidente da República e
coordenador do Conselho da Amazônia, Hamilton Mourão, nesta quarta-feira (11).
"O mundo
precisa da Amazônia, a Amazônia tem uma papel fundamental na climatologia
mundial e também fundamental na questão, vamos dizer, da diminuição da poluição
existente na nossa atmosfera e, ao mantermos essa vastidão em torno de 3,8
milhões de quilômetros quadrados sem que seja devastada ou destruída, é
necessário que a gente seja compensado por isso", afirmou em live
promovida pela FCCE (Federação das Câmaras de Comércio Exterior)
Segundo Mourão,
nas discussões sobre o Acordo de Paris e no fórum global do clima do próximo
ano o Brasil tem de apresentar uma posição clara de que é credor nessa questão.
O
vice-presidente afirmou ainda que pretende ao longo do ano de 2021 obter êxito
na questão da regularização fundiária na Amazônia e destacou que no colegiado
que coordena foi construída uma base para o planejamento estratégico com três
linhas de atuação: proteção, preservação e desenvolvimento da região.
Mourão foi
escalado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro para melhorar a imagem do
Brasil na área ambiental, depois que o aumento nas queimadas e no desmatamento
na região, constatado por dados oficiais, motivou críticas dentro e fora do
país.
Biden
Mourão afirmou
que, a se confirmar a eleição do candidato democrata a presidente dos Estados
Unidos, Joe Biden, o futuro ocupante da Casa Branca terá "uma série de
problemas" a resolver antes de discutir a questão da preservação da
Amazônia brasileira.
"Uma vez
confirmada a eleição do Biden, porque o processo eleitoral americano é distinto
do nosso, ainda tem algumas contestações em vigor, mas confirmado isso aí eu
vejo que, num primeiro momento, o Joe Biden tem uma série de problemas a
solucionar", disse ele.
Entre os ditos
problemas dos EUA, Mourão citou a questão da China, da Europa Ocidental, a
presença dos norte-americanos em organismos multilaterais, a pandemia de
covid-19, com o país passando por uma segunda onda, a divisão no país após uma
eleição apertada.
"Nós temos
uma área central americana, integrada pelas aquelas famílias familias brancas,
acreditam na questão religiosa, contra aborto, acreditam na liberdade de portar
arma, tem grupos raciais que acreditam na supremacia branca totalmente em
descompasso com as duas costas Leste e Oeste, isso é um problema interno nos
EUA que o Biden terá de ter soluções para isso e ser capaz de vencer"
detalhou.
O
vice-presidente disse também que Biden terá de resolver questões ambientais
internas e mencionou a prática do fracking, usado para a extração em solo
norte-americano de petróleo e gás de xisto, que seria antiambiental. Segundo
Mourão, cabe ao Brasil mostrar aos demais países ações efetivas e não ficar
apenas na retórica.
"Se nós
nos mantivermos dessa forma, nós vamos deixar muito claro para a comunidade
internacional, especificamente a um possível novo governo americano, os nossos
compromissos com os acordos firmados pelo governo brasileiro", destacou.
Durante debate
na campanha presidencial norte-americana, Biden disse que a floresta tropical
do Brasil "está sendo destruída" e propôs reunir outros países para
garantir 20 bilhões de dólares para a preservação da Amazônia. "Aqui estão
20 bilhões de dólares. Parem de destruir a floresta e se não pararem, então
enfrentarão consequências econômicas significativas", disse o democrata.
Reuters.
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