O presidente
argentino, Alberto Fernández, reafirmou nesta terça-feira (27) que seu governo
está concluindo um projeto de lei para legalizar o aborto, que será enviado
para debate no Congresso, conforme prometido durante sua campanha eleitoral.
"Estamos
terminando de trabalhar" no projeto, disse Fernández à Rádio Metro em uma
semana em que ativistas pró-aborto reiteraram publicamente essa exigência.
"O que eu
gostaria é que o assunto não se tornasse uma nova disputa entre os argentinos.
Respeitemos a todos. O que não quero é que gere um novo debate", disse o
presidente.
O tema do
aborto divide águas na sociedade argentina, que em 2018 vivenciou marchas a
favor e contra um histórico debate parlamentar que culminou na aprovação na
Câmara dos Deputados, mas foi rejeitado no Senado durante o governo do
ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019).
Em seu discurso
de abertura das sessões parlamentares em 1o de março, Fernández prometeu
apresentar um novo projeto para legalizar o aborto, mas a iniciativa ficou
estagnada com o confinamento decretado em 20 de março pela pandemia.
"Enquanto
tudo isso acontece, os abortos continuam existindo, e muitas mulheres acabam
sendo machucadas, ou morrendo, em abortos clandestinos", disse Fernández
nesta terça-feira.
O presidente
lembrou que a lei "é um compromisso" que assumiu durante sua campanha
eleitoral.
"A
eventual legalização do aborto não o torna obrigatório. Ninguém será obrigado a
abortar", destacou.
Na Argentina, o
aborto é permitido por lei desde 1921, caso a gravidez resulte de um estupro,
ou ponha a vida da mulher em risco.
O governo está
"esperando a hora certa para enviar o projeto", afirmou dias atrás o
chefe de gabinete, Santiago Cafiero.
Segundo o
Ministério da Saúde, todos os anos há 39.000 internações por complicações de
abortos clandestinos, que podem ser evitados, se as práticas forem realizadas
em condições seguras.
AFP
sa/dga/aa/tt

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