Helicóptero usado no "voo da morte". Divulgação
Polícia Federal
iniciou investigação a partir de delação do piloto do voo que levou Gegê do
Mangue e Paca para serem mortos, em fevereiro de 2018
Antes de fazer
o conhecido "voo da morte", que levou duas lideranças da
facção PCC (Primeiro Comando da Capital) para serem mortos em Aquiraz (CE),
em fevereiro de 2018, o helicóptero de prefixo PR-YHB estava em poder de
pessoas possivelmente ligada à organização criminosa há pelo menos 13 anos.
É isso que
indicam as investigações do grupo da Polícia Federal especializado em facções
criminosas. As apurações partiram das delações de Felipe Ramos Moraes, piloto
do voo que terminou na morte de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do
Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca.
Moraes foi
preso por participação no duplo homicídio e por tráfico internacional de
drogas, por prestar serviços para o PCC fazendo voos transportando drogas.
Detido, ele aceitou ser colaborador do Ministério Público Federal e da PF.
De acordo com
as investigações, o helicóptero foi adquirido em abril de 2005 por José
Carlos Gonçalves, o Alemão. Ele é apontado como grande financiador do PCC, dono
de diversas empresas que seriam utilizadas para lavagem de dinheiro e outros
serviços da facção criminosa.
Nessa primeira
aquisição, a aeronave estava no nome de um posto de combustível de Alemão. Em
2017, o helicóptero foi supostamente vendido para três pessoas, sendo que uma
delas é o próprio Alemão e cerca de um mês depois, segundo as investigações,
passou a pertencer a uma empresa falsa chamada JM Administração de Bens Móveis
e Imóveis.
Para a Polícia
Federal, esse procedimento "teve como objetivo principal dificultar a
atuação dos organismos policiais na investigação do duplo homicídio". As
investigações indicaram que a empresa dona do helicóptero apresentava capital
social de R$ 1 milhão, no entanto, a empresa não existia e o local apresentado
como sede era uma sala abandonada.
A PF também
apurou que o outro endereço que constava como sendo da empresa dona do
helicóptero, na zona oeste de São Paulo, sequer existia a numeração indicada.
"Pelo que
foi exposto até este momento, é fato que houve uma estratégia por membros do
PCC encarregados da execução de Paca e Gegê do Mangue, cuja ordem partira de
Marcola, que durou certo tempo de planejamento", diz o documento da
Polícia Federal.
Do R7
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