Marcello Casal Jr | Agência Brasil
O ministro da
Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marcos Pontes, disse nesta última
segunda-feira (19), em entrevista ao programa Voz do Brasil, da
Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que o medicamento nitazoxanida tem
capacidade de reduzir em 95% a carga viral da covid-19 em pacientes no início
do tratamento.
“A nitazoxanida
começou a ser testada em fevereiro, junto com outras 2 mil drogas inicialmente
com inteligência artificial, modelamento matemático, computação gráfica no
Laboratório Nacional de Biociências e, desses, em cinco deles mostraram
capacidade de inibir o vírus, pelo menos em forma simulada. Aí foram testados
in vitro, em células humanas e, desses cinco, a nitazoxanida mostrou 95% de
redução, inibição do vírus”, explicou. Segundo o ministro, os dados da pesquisa
serão divulgados após revisão e publicação em periódico científico
internacional.
O estudo
clínico do Laboratório Nacional de Biociências sobre o uso do medicamento
nitazoxanida em pacientes na fase precoce da covid-19 demonstrou eficácia no
tratamento da doença, reduzindo a carga viral das pessoas infectadas.
O anúncio foi feito em cerimônia no Palácio do Planalto com a participação
do presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com o
ministro, foram realizados testes duplo cego, quando nem o paciente e nem o
médico sabem qual a medicação está sendo tomada, e randomizados, quando os
pacientes são distribuídos aleatoriamente em dois grupos, um que recebe o
medicamento e outro que recebe um placebo. A dose oferecida era de 500
miligramas da nitazoxanida, três vezes ao dia, ou o placebo durante cinco dias.
“Foram feitos
testes clínicos com 1.500 pacientes e os testes demonstraram que, realmente,
esse medicamento reduz a carga viral. Esse era o objetivo do teste. [Reduz] a
carga viral para pacientes admitidos de forma precoce, que foram detectados com
covid-19, comecem o tratamento”, afirmou.
Ao fazer o
anúncio da pesquisa, o ministro disse que o medicamento não pode ser usado por
quem não apresenta sintomas da doença, mas apenas para pessoas na fase inicial
da infecção. “Não é profilático, não é para prevenção. É só depois da detecção
do vírus”, disse. Nitazoxanida é um vermífugo já conhecido no Brasil,
atualmente usado no tratamento de rotavírus.
Segundo Marcos
Pontes, a inclusão do medicamento no protocolo de tratamento do novo
coronavírus no Sistema Único de Saúde (SUS) será feita após análise do
Ministério da Saúde.
Por Marcos
Rocha
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