José Serra e a filha têm bens bloqueados pela Justiça. Reprodução / Record TV |
Ele e a filha
são investigados pela operação Lava Jato por suspeita de lavagem de
dinheiro no exterior e tinham empresas offshore para ocultar crime
A Justiça
determinou o bloqueio de bens do ex-ministro e senador José Serra (PSDB) e da filha dele,
Verônica Allende Serra. Os dois são investigados pela operação Lava
Jato por suspeita de lavagem de dinheiro no exterior. A informação foi
confirmada pelo delegado da Polícia Federal, Milton Fornazari, que comanda a
força-tarefa com os promotores do Ministério Público Eleitoral.
Segundo denúncia
da Lava Jato, em 2006 e 2007, Serra "valeu-se de seu cargo e de sua
influência política para receber, da Odebrecht, pagamentos indevidos em troca
de benefícios relacionados às obras do Rodoanel Sul". A empreiteira
teria pago milhões de reais por meio de uma rede de offshores no exterior.
As
investigações demonstraram que José Amaro Pinto Ramos e Verônica Serra
constituíram empresas no exterior, ocultando seus nomes, e por meio delas
receberam os pagamentos que a Odebrecht destinou ao então governador de São
Paulo.
Segundo as
investigações, foram realizadas transferências para dissimular a origem dos
valores, que foram mantidos em uma conta de offshore controlada, de maneira
oculta, por Verônica Serra até o final de 2014, quando foram transferidos para
outra conta de titularidade oculta, na Suíça.
Em nota, Serra
disse ter sido surpreendido pela "nova e abusiva operação" da PF em
seus endereços e que "jamais foi ouvido" nas investigações. Também
destacou a espetacularização nesse tipo de ação no Brasil e pediu rapidez nas
investigações, a fim de não ter a honra manchada por "acusações
falsas".
Paralelo 23
Na manhã desta
terça-feira (21), a PF (Polícia Federal) deflagrou a operação Paralelo 23, a
terceira fase da Lava Jato junto à Justiça Eleitoral de São Paulo. Um dos
investigados é o senador José Serra.
A polícia
constatou indícios de recebimento por parte do parlamentar federal de doações
eleitorais não contabilizadas que chegam a R$ 5 milhões. Os valores seriam
repassados por meio de operações financeiras e societárias simuladas para
ocultar a origem ilícita do dinheiro.
Nesta terça, as
buscas iriam se concentrar no gabinete do senador, mas o presidente do Senado,
Davi Alcolumbre, não permitiu a entrada dos policiais e afirmou que só
liberaria o acesso com uma autorização do STF (Supremo Tribunal Federal). A PF
então deixou o prédio e não se sabe se conseguirá a liberação. As equipes também
fazem buscas no apartamento funcional do parlamentar em Brasília. Serra, no
entanto, está em São Paulo.
São cumpridos 4
mandados de prisão temporária contra empresários e 15 mandados de busca e
apreensão em Brasília (DF), na capital paulista e nas cidades de Itatiba e Itu,
no interior de São Paulo, além do bloqueio judicial de contas bancárias dos
investigados, determinado pela 1ª Zona Eleitoral de São Paulo.
Daniela
Salerno, da Record TV
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