Valeixo, ex-diretor-geral da PF, será ouvido hoje por delegados federais. Denis Ferreira Netto/Estadão Conteúdo |
A PF (Polícia
Federal) definiu uma agenda ao longo desta semana para colher os depoimentos
das pessoas citadas no depoimento do ex-ministro Sergio Moro em relação às
investigações que envolvem o presidente Jair Bolsonaro. A expectativa é de que
todas as testemunhas sejam ouvidas até sexta-feira (15).
Na última
sexta-feira (8), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) informou que
recebeu o vídeo
da reunião ministerial citada pelo ex-ministro Sérgio Moro em
depoimento à PF (Polícia Federal).
Nesta
segunda-feira (11), por volta de 9h da manhã, será ouvido na sede da
Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba, Maurício Valeixo,
ex-diretor-geral da PF.
Ele poderá
revelar detalhes sobre a tratativa de sua exoneração do cargo, inclusive se foi
demitido a pedido, como afirmou Bolsonaro em um discurso que fez horas após
Moro anunciar a própria saída do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Na parte da
tarde, em Brasília, por volta das 15h, Ricardo Saadi, que foi superintendente
da Polícia Federal no Rio de Janeiro, deve prestar depoimento na sede da PF na
capital federal.
Preferido de Bolsonaro para comandar PF, Ramagem também vai depor hoje. Divulgação/PF |
Saadi chefiou a
PF no Rio e foi substituído por Carlos Henrique Oliveira, em uma primeira
tentativa de Bolsonaro trocar esta liderança no estado em que tem base política
em dezembro do ano passado.
No mesmo
horário, deve ser ouvido Alexandre Ramagem, diretor da Abin (Agência Brasileira
de Inteligência), e que teve sua nomeação como diretor-geral da PF derrubada
por uma decisão monocrática do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal)
Alexandre de Moraes.
Na terça-feira
(12), por volta das 14h, os ministros citados como testemunha das supostas
interferências de Bolsonaro devem prestar depoimento no Palácio do Planalto.
Devem ser ouvidos o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo; o
general Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional; e Walter Braga
Netto, da Casa Civil.
Os militares
teriam presenciado o discurso do presidente contra Moro, caso ele não
concordasse com a troca da direção-geral da PF.
Já na
quarta-feira (13), é a vez da deputada federal Carla Zambelli ser ouvida na
parte da tarde, na sede da Polícia Federal em Brasília.
A deputada é
apontada por Moro, que é seu padrinho de casamento, como interlocutora de
Bolsonaro para tentar convencê-lo de aceitar a troca na liderança da PF e do
superintendente do Rio de Janeiro.
Além disso,
outras duas pessoas, ainda não reveladas, devem prestar depoimento na
quinta-feira (14), na sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
Márcio
Neves, do R7
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