Guedes pede que seja evitada uma grande depressão. Adriano Machado/Reuters – 03.04.2020 |
Ministro da
Economia avalia que o Brasil tem tomado medidas melhores ou iguais que a de
outros países
O ministro da
Economia, Paulo
Guedes, afirmou nesta segunda-feira (20) que a recuperação econômica,
após a crise
do novo coronavírus, será em "V", com retomada tão rápida
quanto a queda. "Vamos surpreender o mundo", garantiu o ministro.
Para Guedes,
não se pode deixar que a economia entre em uma grande depressão. Na avaliação
dele, o Brasil tem tomado medidas melhores ou iguais que a de outros países,
inclusive países avançados. "Todo dia tem barulho, mas Brasil está
avançando e progredindo", disse ele em entrevista para o banco BTG
Pactual.
Na visão do
ministro, as hipóteses do governo para os efeitos econômicos do novo
coronavírus, quando ainda se pensava que o choque seria apenas no comércio
exterior, se revelaram razoáveis após os primeiros dados da balança comercial.
"As
exportações brasileiras não caíram ainda, estão subindo. A queda das
exportações para Europa, de 1%, para EUA, de 30%, e para Argentina, de 30%, foi
compensada pelo aumento acelerado das exportações para China", disse o
ministro, em entrevista ao vivo no canal do BTG Pactual no Youtube.
Segundo Guedes,
a ficha caiu entre fim de fevereiro e início de março, de que o coronavírus seria
uma pandemia que afetaria também o Brasil. "Disparamos medidas
imediatamente", disse o ministro, que afirmou que aumentou
o número de beneficiários do Bolsa Família. "Havia fila no Bolsa
Família, porque sempre há fraude, mas mandamos incluir todos
imediatamente", afirmou.
Troca de
ministros
Guedes afirmou
ainda que o presidente Jair Bolsonaro pode fazer trocas no comando dos
ministérios se houver uma "grande divergência" em relação ao que
fazer durante o combate à pandemia do novo coronavírus. Segundo ele, é
importante considerar os aspectos da saúde, mas também o lado econômico.
"Se houver
divergência de opinião exacerbada, não é o ministro que escolhe o presidente, é
o presidente que escolhe o ministro, e não significa nenhum desapreço ao
aspecto de preservar vidas", disse o ministro.
Guedes disse que alguns setores da
economia podem manter um certo distanciamento social, com proteção adequada aos
trabalhadores, mas sem propriamente adotar o isolamento social, para que o
sistema econômico possa continuar funcionando, com abastecimento de comida e
outros serviços essenciais.
Segundo o
ministro, a ajuda do governo aos informais deve chegar a R$ 110 bilhões ou R$
114 bilhões, segundo as últimas contas da equipe econômica. Ele disse que a
categoria dos taxistas tem sido incluída no grupo de profissionais que receberá
o auxílio. Guedes lembra ainda que foi o próprio presidente Bolsonaro que pediu
o aumento do auxílio de R$ 500 para R$ 600 mensais, para mostrar uma
preocupação com a proteção dos mais vulneráveis.
Guedes
ressaltou que há pessoas que sugerem que o recolhimento de impostos seja
suspenso por um certo período, para que se dê um alívio às empresas. O
ministro, contudo, disse que isso não pode ser feito, porque desorganizaria o
sistema econômico. Para ele, a depender de como o País reagir à primeira onda
da pandemia, o governo poderia aprofundar ou não o combate à segunda onda, de
natureza mais econômica.
Por Agência Estado
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