Dezessete casos estão sob
suspeita, mas nenhum confirmado. Plano de contingência prevê hospital com 75
leitos, se necessário
O secretário de Saúde, Edmar Santos, reafirmou, na tarde da
sexta-feira (28/2), que o Governo do Estado do Rio de Janeiro está preparado
para as ações de enfrentamento ao novo coronavírus (Covid-19). De acordo com o
secretário, 17 casos são tratados como suspeitos e estão sendo monitorados
pelas autoridades sanitárias. Ele garantiu que não há caso confirmado em
território fluminense e disse que a Secretaria de Polícia Civil já está atuando
para identificar possíveis autores de fake news em relação à doença.
- Não temos caso confirmado de coronavírus no Rio de Janeiro. O único
caso confirmado no Brasil é o de São Paulo. Além disso, não há evidência, até o
momento, de que o coronavírus esteja circulando em nosso meio, quer que seja no
Brasil, mesmo em São Paulo, ou no Rio de Janeiro. Isso é muito importante,
porque muda significativamente as medidas que precisamos adotar. É diferente
receber casos que vieram de fora, ou seja, importados de maneira isolada, do
que ter o vírus circulando em nosso meio, com uma transmissão sustentada no
próprio estado. No Rio de Janeiro, não temos isso – reafirmou o secretário de
Saúde, Edmar Santos, que deu entrevista ao lado do secretário da Casa Civil,
André Moura.
- Um hospital será inaugurado no Rio com 75 leitos, que podem ser
totalmente dedicados aos possíveis pacientes com o novo coronavírus. Outra ala
em outra unidade, com 20 leitos, também está nosso planejamento para ser
inaugurado – complementou Santos.
A estratégia do Governo do Rio, que segue os parâmetros da Organização
Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde, é ter a Secretaria de Estado
de Saúde como ponto focal das informações sobre o novo coronavírus. O alerta é
para o combate às fake news,
que podem gerar pânico na população e até mesmo atrapalhar o planejamento para
enfrentar uma possível epidemia no estado.
- Um dos objetivos neste momento é também o combate às notícias
falsas. Eu serei o porta-voz das notícias boas ou más. Quero deixar isso claro
para a população do Rio de Janeiro. Não existe a possibilidade de o vírus
chegar ao estado ou, em outro momento, estar circulando e a Secretaria de Saúde
não ir a público assumir. Isso é para que se tenha uma única voz no estado, que
está em perfeita harmonia com o Ministério da Saúde – disse o secretário.
Casos suspeitos
Dos 17 casos suspeitos, oito são na capital (sendo seis residentes e
dois estrangeiros). Niterói (4), Maricá (1), Macaé (1), Nova Friburgo (1),
Resende (1) e Nova Iguaçu (1 estrangeiro) são as demais cidades fluminenses com
suspeita do Covid-19. Além dos sintomas respiratórios, os pacientes têm
histórico de viagem para países com circulação ativa do vírus.
Plano de contingência
A Secretaria de Saúde estabeleceu, desde o dia 31 de janeiro de 2020,
um plano de contingência para enfrentar um possível surto de coronavírus no
estado do Rio. O plano emergencial tem a intenção de sistematizar ações e
procedimentos de responsabilidade da esfera estadual de governo. Ficou decidido
que a Saúde estadual vai apoiar, em caráter complementar, os gestores
municipais no combate a um possível surto do Covid-19. Com isso, a secretaria
iniciou a preparação do plano de contingência em funcionamento no Nível Zero.
Os demais níveis de acionamento (um, dois e três) são organizados de acordo com
parâmetros epidemiológicos, como números de casos.
Casos notificados x Casos suspeitos
De acordo com o secretário Edmar Santos, o esclarecimento da população
é necessário para que o pânico não se instale. Ele lembra que o Rio de Janeiro
está no nível 0, em uma escala de zero a três, quando há casos importados
notificados ou confirmados. Santos ainda ressalta que é preciso também
diferenciar os casos notificados de suspeitos.
- É absolutamente normal que o nervosismo faça aparecer muitas
notificações. Mas quero esclarecer a diferença entre o que é uma notificação e
uma suspeita de contaminação pelo vírus. Toda vez que chega alguém com a
possibilidade de infecção respiratória, com febre, tosse e falta de ar, o
profissional de saúde pode notificar o departamento de vigilância sanitária municipal
ou estadual sobre aquele caso. Mas ele não se torna um caso suspeito apenas
pela notificação. A definição de suspeita é a de pessoas que estiveram em área
de contágio e apresentaram febre e mais outro sintoma de problema respiratório.
Ou ainda pessoas que tiveram contato direto com quem teve infecção confirmada
pelo coronavírus e que passou a apresentar febre e outro sintoma de
problema respiratório. Esse é o quadro dos 17 casos suspeitos no Rio de Janeiro
que estamos acompanhando – falou o secretário.
Combate às fake news
O diretor de Polícia Especializada da Secretaria de Polícia Civil,
delegado Delmir da Silva Gouvea, afirmou que investigações estão em curso para
apurar a disseminação de notícias falsas na internet.
- Infelizmente, nestes momentos de crise, há pessoas que se aproveitam
para difundir notícias falsas, causando pânico e tumulto na população. Esse
fato é tipificado criminalmente e, a Polícia Civil, por meio da Delegacia de
Repressão aos Crimes de Informática, está atuando a fim de identificar qualquer
pessoa que pratique qualquer ato que venha a produzir pânico ou tumulto. Esses
atos são de formas diversas, especialmente fake news, quando um fato, que é apenas uma suspeita, passa a
ser um fato concreto. A divulgação certa e precisa vai auxiliar no tratamento
das pessoas que vierem precisar – declarou o delegado.
Medidas de prevenção
- Proteger nariz e boca ao espirrar ou tossir;
- Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres e copos;
- Lavar frequentemente as mãos, especialmente após espirrar ou tossir;
- Evitar ambientes com muita aglomeração;
- Utilizar álcool em gel nas mãos.
O que fazer em caso de suspeita (se estiver com febre ou sintomas
respiratórios e tiver vindo de países com casos de coronavírus):
- Cubra o rosto com máscara cirúrgica;
- Vá à unidade básica de saúde, hospital de emergência ou à UPA mais
próxima;
- Siga as orientações dos profissionais de saúde;
- Siga as medidas de prevenção: lave as mãos frequentemente, cubra o
rosto ao tossir e espirrar, não compartilhe objetos de uso pessoal, evite
locais de grande aglomeração, utilize álcool em gel para as mãos.
Dúvidas
Esclareça dúvidas sobre o novo coronavírus no link http://bit.ly/PerguntasERespostasCoronavirus
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