© Getty Images Passageiro tem sua temperatura checada na Indonésia; OMS orientou que "o mundo inteiro esteja em alerta" para o coronavírus |
Países têm
intensificado suas medidas de prevenção contra o coronavírus à medida que a
doença avança — já foram registradas 170 mortes na China e 7,7 mil pessoas
infectadas. No Brasil, o Ministério da Saúde informou na quarta-feira (29/1)
que há nove casos suspeitos do vírus, que estão sendo testados.
"O mundo
inteiro tem de estar em alerta" para enfrentar a doença, afirmou, também
na quarta-feira, o chefe do programa de emergências da Organização Mundial da
Saúde (OMS), Mike Ryan. "O desafio é enorme, mas a resposta (da China) tem
sido massiva."
Nesta
quinta-feira, a organização voltará a se reunir para discutir se classificará o
vírus — que já se espalhou para ao menos 16 países, como Tailândia, EUA e
Austrália — como uma emergência de saúde global.
Mais de cem
casos foram confirmados em outros países.
Enquanto isso,
alguns países têm cancelado voos comerciais para a China e organizado o retorno
de cidadãos seus da cidade de Wuhan, epicentro do coronavírus. Outros tomaram
medidas consideradas radicais, como isolar casos suspeitos de infecção em uma
ilha.
A seguir, a BBC
mostra como alguns países estão lidando com os casos de coronavírus:
Austrália
Uma das reações
mais draconianas veio da Austrália, que anunciou a quarentena de 600 cidadãos
que retornavam da China. Eles ficarão duas semanas na ilha de Christmas, a
cerca de 2 mil quilômetros do território principal australiano.
A quarentena é
um estado/período de isolamento, para pessoas ou animais que podem ter sido
expostos a doenças contagiosas.
A ilha de
Christmas abriga, desde 2003, um centro de detenção para imigrantes em busca de
asilo, em condições que já foram alvo de críticas da ONU.
Na
quarta-feira, a emissora australiana ABC reportou também que a seleção chinesa
de futebol feminino foi colocada em quarentena em um hospital da cidade de
Brisbane, depois de desembarcar na Austrália para competições pré-olímpicas.
Autoridades
locais afirmaram que a decisão é preventiva e que nenhuma atleta da seleção
apresentou qualquer sintoma.
O país tem sete
casos confirmados da doença, sendo seis deles de pessoas que estiveram em
Wuhan.
Cingapura
Cingapura
adotou "medidas incrementadas" para conter o avanço do vírus,
particularmente para cerca de 2 mil pessoas que estiveram recentemente na
província chinesa de Hubei (onde fica Wuhan), segundo o jornal local The
Straits Times.
A cidade-Estado
tem dez casos confirmados da doença, todos vindos de Wuhan, segundo a agência
France Presse.
Pessoas
classificadas como sob maior risco ficarão em quarentena, e qualquer pessoa que
tenha estado em Hubei será impedido de entrar em ou transitar por Cingapura.
"Não
estamos em tempos comuns. É uma situação fluida que está evoluindo
rapidamente", afirmou o ministro local Lawrence Wong, encarregado da
força-tarefa para conter o vírus.
Turquia
A Turquia vai
começar a retirar 32 de seus cidadãos em Wuhan nos próximos dias.
O embaixador
turco na China, Emin Onen, disse à emissora NTV que "não foi detectado o
vírus" entre as pessoas evacuadas, mas afirmou que elas ficarão em
quarentena provisória quando chegarem à Turquia, por precaução.
Reino Unido
Até 200
britânicos devem ser retirados de Wuhan nesta quinta-feira e colocados em
quarentena por duas semanas, possivelmente em uma base militar do Reino Unido.
A companhia
aérea British Airways suspendeu todos os voos diretos de e para a China
continental por conta da epidemia do coronavírus.
EUA
Um avião
americano com 240 pessoas retiradas de Wuhan, incluindo diplomatas e
empresários, pousou no Alasca como escala para seu destino final: uma base
militar na Califórnia.
Esses
passageiros já foram avaliados para identificar possível contaminação pelo
coronavírus, em um aeroporto de Anchorage (no Alasca) que não está sendo usado
para voos comerciais.
Antes disso, os
EUA já haviam dito que qualquer passageiro apresentando sintomas do vírus não
seria autorizado a deixar aeroportos americanos e seria encaminhado para
tratamento em hospitais locais.
O país — que
até quarta-feira tinha cinco casos confirmados do coronavírus, de pessoas
recém-chegadas de Wuhan — expandiu também a checagem térmica de passageiros, de
5 para 20 aeroportos americanos. O governo também cogita um veto temporário a
voos comerciais de ou para a China continental.
Retirada em
massa
Além das
medidas listadas acima, diversos países fizeram (ou planejam fazer) a retirada
de milhares de seus cidadãos situados em Wuhan. Veja alguns casos:
Japão: Um
avião fretado pelo governo japonês aterrissou em Tóquio nesta quarta-feira com
206 pessoas. Estima-se que haja ainda 650 japoneses na região de Wuhan que
querem ir para o Japão, segundo autoridades locais.
Coreia do
Sul: Seul afirma que vai mandar aviões fretados para Wuhan nesta
quinta ou sexta, para trazer de volta seus cidadãos.
França: Entre
500 e mil franceses serão transportados de Wuhan por um voo previsto para esta
quinta. Um segundo voo está sendo planejado.
Tailândia: Uma
aeronave e uma equipe médica estão esperando autorização para evacuar 64
tailandeses da China.
Índia: Segundo
a imprensa local, um Boeing 747 está em Mumbai à espera de autorização para
evacuar 250 cidadãos indianos de Wuhan.
Sri Lanka: O
país planeja remover 860 estudantes cingaleses que moram na China, 32 deles em
Wuhan.
Argélia: O
presidente Abdelmadjid Tebboune pediu que sejam trazidos de volta 36 argelinos,
a maioria deles estudantes, que vivem em Wuhan, segundo a France Presse.
Marrocos: Cerca
de cem pessoas, também a maioria estudantes, serão retirados da cidade chinesa,
segundo a imprensa local.
Brasil: Segundo
a embaixada brasileira em Pequim informou na quarta-feira, "os órgãos
envolvidos no Brasil com a questão estão neste momento avaliando o caso"
de retirar brasileiros de Wuhan.
Na terça-feira,
o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, afirmou que tem dúvidas se de fato os
cidadãos brasileiros deveriam ser resgatados em áreas onde há casos da doença.
"Pelo que
parece, tem uma família na região onde o vírus está atuando. Não seria oportuno
retirar de lá, com todo o respeito. É o contrário. Não vamos colocar em risco
nós aqui por uma família apenas", afirmou, em referência a três
brasileiros que estão em isolamento nas Filipinas após passarem por Wuhan — uma
criança de 10 anos está com suspeita de ter contraído a doença.
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